Por Irmão Diego Joaquim, C.Ss.R Em Igreja

Transporte coletivo: o passageiro é importante

O transporte coletivo urbano faz parte do cotidiano de todos nós, usuários ou não do serviço. Nas grandes cidades brasileiras, ele parece ser planejado de uma forma que não considera o sofrimento de quem tem que viver contando o tempo gasto na espera e nas viagens de ônibus.

transporte público - Foto: www.assisefe.org

Foto: assisefe.org.br

 

Em Goiânia, mudanças feitas recentemente colocaram ônibus articulados rodando em pistas e plataformas inadequadas, com passageiros se machucando todos os dias. Nem mesmo a televisão mostrando ao vivo o uso de um embarcador de gado no embarque de passageiros fez com que as empresas voltassem atrás nas alterações realizadas. Os poderes públicos (os três!) preferiram se omitir, e o povo segue no sofrimento.

Na maior cidade do país, a prefeitura prepara uma nova licitação, que vai conceder a exploração do serviço por 40 anos, junto com uma reforma do sistema. O novo contrato vai retirar do sistema de transporte público da cidade de São Paulo 1.800 ônibus. A explicação é de que será feito um remanejamento nas linhas, com algumas extintas e outras estendidas, com o aumento da quantidade de viagens.

O usuário compreende o que vem sendo anunciado para o transporte de São Paulo da seguinte forma: menos ônibus rodando e com mais viagens para fazer, resulta em veículos ainda mais cheios e demorados. E os trabalhadores do sistema de transporte estimam que quase 10 mil funcionários vão perder o emprego com as mudanças.

Fica claro que o objetivo principal será aumentar o lucro dos empresários do transporte. No novo projeto para São Paulo, haverá ainda um ganho extra, chamado “produtividade”, caso as empresas consigam colocar mais gente nos ônibus, e fazer as pessoas deixarem o carro em casa. E como atrativos, a prefeitura promete que todos os veículos terão Wi-Fi grátis para os passageiros e ar condicionado.

Mas falta ouvir o maior especialista em transporte coletivo, o usuário. Será que ele prefere um ônibus cheio com Wi-Fi ou confortável sem internet? Será que o passageiro prefere esperar muito para pegar um ônibus com ar-condicionado, ou não esperar tanto no ponto?

O pior é ver agentes públicos, eleitos pelo povo, defendendo os interesses dos empresários. Precisamos, para ontem, de representantes que pensem o transporte coletivo na perspectiva do usuário, não como empresários que buscam lucro ou políticos que buscam dinheiro para suas campanhas eleitorais.

Assinatura Ir. Diego Joaquim

Escrito por
Irmão Diego Joaquim, C.Ss.R.
Irmão Diego Joaquim, C.Ss.R

Missionário Redentorista da Província de Goiás

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