Por Elisangela Cavalheiro Em História da Igreja

4. Páginas da História da Igreja

História da Igreja no Brasil - III

Desde meados da metade do século XIX a Monarquia Brasileira estava em crise, enfrentando uma oposição crescente na sociedade brasileira.

No dia 15 de novembro de 1889 esta crise chegou ao fim com a queda da monarquia e com a Proclamação da República coordenada pelos militares brasileiros, encabeçados pelo Marechal Deodoro da Fonseca.

Pouco tempo depois a Família Real foi obrigada a sair do Brasil, exilando – se na França e o Brasil começou a sua caminhada no terceiro grande período de sua história, uma vez que já tínhamos passado pela situação de Colônia e Império.

Aos poucos a nova nação republicana passou a receber o reconhecimento das outras nações e o Brasil haveria de se tornar a República dos Estados Unidos do Brasil, mantendo este nome até 1967.

A primeira fase deste novo tempo passaria a ser conhecido como a República Velha, abarcando o período que vai de 1889 a 1930. Neste tempo o nosso país seria governado por 14 presidentes da República.

Fato marcante do início da caminhada republicana do país foi a Promulgação da Primeira Constituição Republicana no ano de 1891. Por ela acontece a separação entre a Igreja e o estado brasileiro e se coloca um fim à chamada Lei do Padroado que vinha desde o tempo da colônia.

Nossa História Republicana

De 1889 até hoje o Brasil já passou por diversas etapas nesta nova fase de nossa história. Resumidamente assim podemos apresentar as diversas etapas de nossa história republicana:

Primeira República ou República Velha. Tempo que vai de 1889 a 1930. Neste tempo o Brasil seria governado por 14 presidentes e, como destaques teríamos a busca pelo desenvolvimento e progresso.

Segunda República. Tempo que vai de 1930 até 1945. O Brasil foi governado por um só presidente, Getúlio Vargas que governou uma boa parte do tempo como ditador devido ao golpe de estado de 1937. Nesta fase teríamos como acontecimentos de destaque a Revolução Constitucionalista de 1932, a nova Constituição de 1934 e a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial com o envio da FEB, Força Expedicionária Brasileira à Itália.

Ainda em 1937 foi promulgada uma nova constituição, aquela que determinou que o nome de nosso país fosse escrito com a letra Z, ficamos sendo o Brazil como muitos estrangeiros escrevem até hoje.

República Popular ou Desenvolvimentista

Começou em 1945 com a deposição de Getúlio Vargas e prolongou – se até 1964 quando aconteceria o Golpe Militar e a Revolução do dia 31 de março. Como destaques deste tempo temos a promulgação de mais uma constituição no ano de 1946, a criação da CNBB em 1954 e a fundação da Nova Capital Federal, Brasília, inaugurada pelo presidente Juscelino Kubtschek em 1960.

Governo e Ditadura Militar

Foi esta situação que o Brasil viveu entre 1964 e 1985, a partir da Revolução Militar do dia 31 de março. Em 1968 tivemos a promulgação do tristemente célebre AI 5, que implantou a censura dos Meios de Comunicação e a perda de liberdades no país.

Neste tempo todo o Brasil foi governado por cinco presidentes militares. Merece ser anotado o Movimento das Diretas Já e o movimento lento pela abertura política, recuperação dos direitos perdidos e a volta da liberdade.Em 1985 a Aliança Democrática escolheu o novo presidente civil do Brasil, Tancredo Neves, mas ele nem pode governar. Em seu lugar assumiu o Vice – presidente José Sarney.

Nova República

Foi assim denominado o novo tempo da história brasileira a partir de 1985. Na economia o nosso país enfrentou grandes desafios como a inflação galopante que chegou a mais de 80% ao mês. Tivemos o governo de Fernando Collor de Melo que terminou em Impeachement.

Depois dele assumiu Ferando Henrique Cardoso e aí o Brasil já entraria no Regime do neoliberalismo.Com Itamar Franco teríamos a criação do Plano Real e a busca pela estabilidade econômica só conseguida nos últimos anos.

Governo Atual

Desde 2002 o Brasil está foi governado pelo Presidente Lula, em 02 mandatos e agora com a Presidente Dilma Roussef e, fruto de toda a situação passada e problemas acumulados sente – se a urgência de reformas estruturais em todos os setores da vida do país, principalmente nos campos econômico e político.

A Igreja no Brasil

O período ao qual nos referimos neste artigo foi de grandes e profundas transformações para a Igreja do Brasil. Começou pela participação de muitas figuras do clero brasileiro na luta pela independência e depois na organização da vida eclesial e social do Império.

É bom a gente recordar que, graças à Lei do Padroado, a Igreja Católica era a única autorizada a funcionar em nosso país e o catolicismo era a religião oficial do Império.

Com o advento da república aconteceu a separação entre a Igreja e o Estado Brasileiro, mas aquilo que era temido por muitos de nossos prelados acabou se transformando num fato positivo. Livre das censuras e proibições do império a Igreja no Brasil passou a enfrentar um consistente período de crescimento.

O número de dioceses aumentou e no ano de 1905 foi criado o primeiro cardeal brasileiro, na figura de Dom Joaquim Arcoverde.

Ainda nos primórdios do Brasil republicano as dioceses do país foram divididas em duas, a do norte com sede em salvador e a do sul com sede no Rio de Janeiro.

Acontecimentos eclesiais de destaque

Em 1939 aconteceu a realização do Concílio Plenário Brasileiro, único realizado até agora no país. Teríamos na década de cinqüenta a criação da CNBB e CRB, a luta e participação dos grandes homens da Igreja como as notáveis figuras do episcopado na luta pela volta da democracia ao país.

Não podemos deixar de concluir este artigo sem citar a influência das Conferências Episcopais realizadas pelo CELAM, sobretudo as de Medellim (1968) e Puebla (1979). Nestes últimos tempos é sentido por demais o impacto da modernidade e o esforço de buscar novos caminhos de evangelização adaptados aos tempos modernos.A Conferência de Aparecida realizada no ano passado vai contribuir, sem dúvida alguma, na concretização de diversos deles.

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