Por Pe. José Luis Queimado, C.Ss.R. Em Igreja

Conhecendo os Evangelhos: Jesus e o centurião romano

EVANGELHO Lc 7, 1-10 

1 Quando acabou de falar ao povo todas essas palavras, Jesus entrou em Cafarnaum. 2 Havia lá um centurião, que tinha um servo que lhe era muito caro e se achava doente, quase morrendo. 3 Tendo ouvido falar de Jesus, o centurião enviou-lhe alguns anciãos dos judeus para lhe pedir que viesse salvar seu servo. 4 Aproximando-se de Jesus, eles lhe suplicavam com insistência, dizendo: “Ele merece mesmo que lhe concedas isto, 5 pois gosta de nosso povo e foi ele que construiu nossa sinagoga”. 6 Jesus foi andando com eles. Não estava muito longe da casa, quando o centurião mandou uns amigos lhe dizer: “Senhor, não precisas incomodar-te, porque eu não sou digno de que entres em minha casa; 7 por isso também não me julguei digno de vir ter contigo; mas dize uma só palavra e meu servo será curado. 8 Pois eu, que sou apenas subalterno, tenho soldados a minha disposição e digo a um: ‘Vai’, e ele vai; e a outro: ‘Vem’, e ele vem; e a meu escravo: ‘Faze isso’, e ele faz”. 9 Ouvindo isto, Jesus ficou admirado com ele e, voltando-se, disse à multidão que o seguia: “Eu vos digo que nem mesmo em Israel achei uma fé tão grande”. 10 De volta à casa, os enviados encontraram o servo completamente são. 

Jesus e o centurião romano

REFLEXÃO 

Novamente, a fé de um estrangeiro impressiona Jesus. O Evangelho é claro: enquanto vários daqueles a quem Ele foi enviado não acreditavam nem aprovavam as suas obras e palavras, muitos pagãos acolhiam e reconheciam a sua autoridade.

Um centurião romano, à época de Jesus, era o militar que comandava uma centúria (100 soldados do Império Romano), e é daí que provém o seu nome. Ou seja, para a realidade de Israel, um centurião romano era um homem muito importante. E um desses chefes dos militares regionais, que estava em Cafarnaum, pediu para que alguns anciãos judeus falassem com Jesus, a fim de que Ele pudesse curar um de seus soldados. Podemos perceber que os soldados eram muito queridos de seus comandantes, pois defendiam o Império.

 

"Jesus ficou impressionado, atônito com as palavras do centurião, pois ele teve grande fé".

Jesus aceitou o convite e foi ao encontro do centurião, mas o homem não se achou digno de receber o Mestre em suas dependências, e enviou-lhe mensageiros com o seguinte aviso: sou um homem que também possui subalternos, e esses obedecem a mim. Portanto, sei que o Senhor pode curar o meu servo daí mesmo, pois a doença obedecerá às suas ordens, sendo ela inferior ao seu poder. E essas palavras marcantes, de uma fé admirável, são aquelas mesmas que proferimos na Santa Missa até os dias de hoje: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo!”.

Jesus ficou impressionado, atônito com as palavras do centurião, pois ele teve grande fé. Sendo superior de muitos soldados, ele entendia que deveria reverências ao maior de todos os “generais”. Jesus, na realidade, tinha como objetivo convencer os seus compatriotas da importância das palavras do estrangeiro, pois muitos dos judeus presentes neste episódio, e aos quais Ele havia sido enviado, ainda não haviam entregado o coração para a mensagem do Evangelho.

Que nós, cristãos, principalmente católicos, não sejamos pessoas que desejem o poder ilimitado, pois somente o Cristo é aquele que deve governar as nossas vidas. Quando nós tomamos as rédeas de grandes poderes, temos maior possibilidade de nos corromper. Por isso, saibamos sempre discernir entre aqueles que desejam o poder ilimitado para o benefício próprio e aqueles que usam o poder para ajudar o povo sofrido e sufocado. O poder é um dom de Deus, mas pode ser corrompido pela ambição humana! Que Jesus esteja no coração de todos aqueles que exercem o poder!

Padre Queimado articulista colunista

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