A discussão em torno do bullying praticado por jovens nas escolas voltou à tona depois do acontecimento em Goiânia (GO) na última sexta-feira 20. Um adolescente de 14 anos abriu fogo dentro de um colégio particular e disse, em depoimento à Polícia no mesmo dia do ataques, que agiu motivado pelo bullying que sofria dos colegas.
:: O Bullying e a dignidade da pessoa
A advogada, Maria Aparecida Alkiming, professora e doutora em direito explica como o bullying ainda é considerado muitas vezes como uma brincadeira e as pessoas não levam em consideração a consequência dessas ações.
“Muitas pessoas tendem a tratar o bullying como brincadeira entre crianças, mas há uma grande diferença, realmente a brincadeira integra o comportamento da criança e do jovem, todavia quando a conduta é dirigida de forma reiterada, sistemática, com agressão verbal, apelidos, tratamentos preconceituosos, pejorativos, isso é um atentado à pessoa, fere a dignidade, isso é uma prática de bullying, tem também a agressão física, isso não se confunde com uma brincadeira pontual e muitas vezes uma brincadeira pode se transformar em bullying porque ele pode ser reiterada”, colocou.
Maria Aparecida é uma das coordenadoras da cartilha sobre bullying distribuída em Lorena (SP) e região, ela salienta que grande dificuldade de se identificar uma vítima de bullying é que essa pessoa normalmente não fala sobre o que está sofrendo.
“Essa é a chamada violência silenciosa, a vítima muitas vezes tem receio de relatar e não ser acreditada, ou até mesmo se intensificar o bullying, então muitas vezes é difícil identificar. Os pais, professores tem que buscar identificar quando depararem com a criança, adolescente isolado, ou se a criança manifesta sintomas físicos e pede para não ir à escola isso já pode ser sintoma do bullying, tem que ter muito diálogo”, Exemplificou.
Sobre o episódio em Goiânia, Maria Aparecida acredita que o ocorrido é uma questão que desperta para uma nova discussão sobre a prevenção contra o bullying.
“Nesse caso é importante ser apurado diversos aspectos entre eles verificar se não houve omissão, pois nós temos uma legislação que determina a obrigatoriedade de prevenção do bullyng, mas a questão é ter uma lei a outra é efetivar, então é uma questão que desperta outros debates, mas temos que ir no cerne, a educação para a paz”, disse.
Confira a entrevista completa.
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