Opinião

Os dez mandamentos do motorista

Dom Orlando Brandes (Thiago Leon)

Escrito por Dom Orlando Brandes

03 ABR 2017 - 11H27 (Atualizada em 25 JUL 2022 - 10H20)

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A Igreja Católica elaborou uma reflexão sobre o trânsito, chamada: 'Os Dez Mandamentos do Motorista'. O trânsito mata mais que as guerras e doenças. O setor de Ortopedia dos hospitais está sempre superlotado e a cadeira de rodas é o destino para muitos. Os dez mandamentos do motorista querem colaborar com a proteção da vida humana.

Confira!

1- Não matar. É o mandamento de Deus. A vida das pessoas é única, original, irrepetível. A cultura da vida faz parte da educação para o trânsito. O consumismo, a ganância, a pressa nos transformam em homicidas nas estradas e ruas.Leia MaisDia do Caminhoneiro: motoristas falam de sua devoção a São Cristóvão25 de julho – Dia de São Cristóvão

2- A rua é lugar de comunhão, e não uma arma mortal. A rua, as estradas são de todos, são um bem social, comum. Por isso, não podemos ser egoístas, prepotentes, donos das ruas e estradas, mas devemos fazer delas um meio, um lugar de comunhão e respeito mútuo.

3- Cortesia, correção e prudência. Estas são as três virtudes do motorista. Elas são desdobramentos do amor fraterno. A cortesia supera a grosseria, a correção protege o bem comum e a prudência leva ao bom senso, ao reto agir e a ter cuidado.

4- O motorista deve ter caridade, ser sensível com o próximo. É como o bom samaritano, tem zelo pelos outros e socorre as vítimas. O motorista é como um anjo da vida, guarda e cuida da vida pessoal e dos outros. Caminhemos na estrada de Jesus. Ele é o caminho. A fé ajuda a respeitar a vida.

5- Ter automóvel não é status, poder, dominação, superioridade. Quem pensa assim está no estágio da infantilidade e das aparências. O carro é para servir, nunca deve ser ocasião para o pecado. É lamentável fazer do automóvel um meio de orgulho e vaidade. A lei do mais forte é a lei da selva. É isso que devemos superar.

Reprodução/ iStock
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6- Convencer aos que não têm condições de dirigir a não fazê-lo. Pessoas alcoolizadas, drogadas, sem habilitação, em alto estado emocional ou que não observam as leis de trânsito não devem dirigir.

7- Ajudar as famílias dos acidentados. Um acidente de trânsito prejudica muitas pessoas, famílias inteiras e à comunidade. O pecado do trânsito é um pecado social, comunitário, que fere muitas pessoas. É dever ético ajudar as famílias dos acidentados. Há muitas maneiras de ajudar e de aliviar a dor.

8- Os culpados dos acidentes e as vítimas precisam passar pela experiência do perdão. A raiva, a mágoa, o ressentimento são tão negativos quanto os males físicos. Sem o perdão é difícil esquecer os males sofridos, obter a cura física e emocional, inclusive a cura dos traumas. Sem o perdão, carregamos sentimentos destrutivos dentro de nós. A vingança, o ódio, o ressentimento, a raiva são venenos.

9- Na rua seja protegida a parte mais vulnerável. São as crianças, os idosos, os doentes, os pedestres. A educação para o trânsito tem orientações para os pedestres e para a comunidade. Portanto, é um conjunto de responsabilidades para motorista, o pedestre, o carro, a estrada. As leis devem ser observadas e os negligentes sejam punidos.

10- Ser responsável para com o próximo. Ter carro, correr, vencer, lucrar são realidades da vida moderna, que convidam para o consumismo e interesses pessoais. Esquecemos facilmente dos outros, do próximo, dos irmãos. Martin Luther King, dizia: “ou vivemos como irmãos, ou morremos como loucos”. Sejamos responsáveis e pacientes no trânsito para não sermos pacientes nos hospitais.

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São Cristóvão, rogai por nós!

Escrito por
Dom Orlando Brandes (Thiago Leon)
Dom Orlando Brandes

Arcebispo de Aparecida (SP)

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