Por Pe. José Luis Queimado, C.Ss.R. Em Igreja

Conhecendo os Evangelhos: Olho por olho! Dente por dente!

Conhecendo os Evangelhos compreende uma série de artigos interpretativos.
Em cada artigo será apresentada uma passagem bíblica e uma reflexão.

EVANGELHO – Mt 5, 38-42 

38 Tendes ouvido o que foi dito: Olho por olho, dente por dente. 39 Eu, porém, vos digo: não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra. 40 Se alguém te citar em justiça para tirar-te a túnica, cede-lhe também a capa. 41 Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil. 42 Dá a quem te pede e não te desvies daquele que te quer pedir emprestado. 

Foto de: Nome do fotógrafo

Sermão da Montanha

Jesus quebra essa lei cruel.
O que deve reinar, agora, é o perdão.

REFLEXÃO 

Há, sobre o Sermão da Montanha, uma discussão muito acirrada em relação a quem eram os ouvintes de Jesus. Seria a multidão ou somente os discípulos? No primeiro versículo do capítulo 5, podemos ler: “E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos”. É evidente que os discípulos se aproximaram dele, mas os ensinamentos da plenitude da lei seriam somente a eles?

Ao término do discurso da montanha, no capítulo 7, lemos a seguinte afirmação do evangelista: “E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina; Porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas”. Agora fica evidente que a multidão também era ouvinte dos ensinamentos de Jesus, ainda que fossem muito exigentes para aquelas pessoas abandonadas e desesperadas, que corriam atrás do Mestre em busca de algum milagre.

Começamos com essa alusão porque sabemos que as exigências do seguimento de Jesus são muito grandes. Ainda que o fardo do Mestre seja leve e o seu jugo suave, não podemos nos esquecer de que não há caminho fácil quando se quer fazer a diferença. Se quisermos um mundo mais justo, menos violento e mais solidário, não devemos pensar nos caminhos fáceis e agradáveis, que só existem nos contos de fada.

A lei de talião (latim: Lex talionis) foi encontrada, pela primeira vez, no código de um imperador babilônico chamado Hamurabi (que viveu por volta de 1792 a 1750 a.C.). A lei funcionava da seguinte forma: se você matar um boi do vizinho, o seu deverá ser morto também – olho por olho, dente por dente. A pena deve ser a mesma para aquele que causou o crime. O latim explica claramente: Lex – lei; Talis – tal, igual. O crime deve ser castigado com a mesma violência com que foi cometido.

Jesus quebra essa lei cruel. O que deve reinar, agora, é o perdão. Mas é aquele perdão sincero, que é capaz de se reclinar diante de seu carrasco.

A nossa realidade, hoje, não deve ser guiada pela antiga lei de talião, já condenada por nosso querido e amado Jesus. A lei do amor e da misericórdia é aquela que deve estar no nosso coração, enquanto sonharmos com a construção do Reino de Deus na nossa realidade pós-moderna. Por isso, devemos nos perguntar: somos capazes de perdoar àqueles que nos fizeram o mal? Conseguimos expulsar de nosso coração o rancor e a mágoa? Afastamos a vingança de nosso pensamento? Se a resposta for “sim” a todas essas perguntas, estamos no caminho certo, continuando o sonho de Jesus no mundo dos dias de hoje!

Padre Queimado articulista colunista

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