Por Redação A12 Em Santo Padre

Filhos ou coelhos?

O modo de falar do Papa Francisco sobre a reprodução dos coelhos, que é muito numerosa em cada ninhada, comparando-a com a procriação humana, ecoou pelo mundo como se fosse um trovão estrondoso.

O pronunciamento do Romano Pontífice deu-se na entrevista habitual que se tem nas viagens papais, e como é comum a mídia internacional divulgou essa comparação como se fosse uma trovoada em cadeia.

pais e filhos

Mas o que falou o Papa Francisco realmente?

Falou que a paternidade/maternidade não é puramente um fenômeno biológico reprodutivo, mas é um dom que Deus concedeu apenas ao homem e à mulher, como uma forma de que eles, através do amor vivido no casamento, colaborarem com o seu poder Criador.

 

"O amor matrimonial não deve ser controlado, muito menos pelos antinatalistas que ocupam cadeiras em congressos, ou em serviços do Estado, ou em organismos internacionais".

Como era de esperar depois da trovoada sensacionalista feita pela mídia escrita e televisiva, os antinatalistas e propagandistas dos meios anticoncepcionais reforçaram suas teses a respeito do controle de natalidade, tentando atrair para seu lado o Papa Francisco, que não tem a mínima intenção de “mudar de time”.

O amor matrimonial não deve ser controlado, muito menos pelos antinatalistas que ocupam cadeiras em congressos, ou em serviços do Estado, ou em organismos internacionais.

A doutrina da Igreja Católica sobre a paternidade/maternidade responsável é clara, objetiva, respeita a liberdade do casal e, principalmente, é propositiva, enquanto favorece a formação de famílias bem construídas e estruturadas em torno do amor, e não de técnicas e de comprimidos controladores da ação mais íntima e sagrada que os casados vivem no seu relacionamento.

O número de filhos que um casal deseja livremente ter, iluminado por esse amor e orientado por pessoas bem criteriosas e especialistas na regulação da fertilidade humana, nunca será “uma ninhada de coelhos”, mas sim dons divinos que irão enriquecer o relacionamento dos esposos e solidificar cada vez mais os relacionamentos entre os irmãos e as amizades no âmbito escolar e social.

O que não se pode mais continuar aceitando num mundo democrático e plural é a intromissão de pessoas, que em nome da responsabilidade no âmbito da paternidade/maternidade acabam criando um mundo com poucos ou nenhum pais, e transformando o amor entre o homem e a mulher num simples exercício de sexo e de reprodução biológica.

“Nunca ouvi ninguém dizer no fim da vida que teria desejado ter um filho a menos, mas ouvi muitas pessoas dizerem que gostariam de ter tido ao menos mais um filho”, testemunho de Kimberly Hahn, autora do livro Life-giving Love, editado no Brasil com o título “O Amor que dá vida”.

Nessas palavras francas e cheias de carinho para com os pais que souberam ser responsáveis na geração e educação dos seus filhos, encontramos um argumento forte a favor da harmonia natural existente entre amor e vida.

Mas, só para não deixar nenhuma sombra, nem trovões ribombando, sobre a figura do Papa Francisco, o óbvio deve ser sempre repetido incansavelmente: os filhos são sempre dons do amor de Deus ao amor humano dos pais! Os coelhos continuarão ser sempre produtos das leis biológicas que Deus colocou nos seus corpos, e nada mais do que produtos! 

Dom Antonio Augusto Dias Duarte
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro

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