Dúvidas Religiosas

O que devo fazer quando alguém vem me falar de outra pessoa?

"Pensem bem, a fofoca não é obra do Espírito Santo, não é obra de unidade da Igreja. A fofoca destrói aquilo que Deus faz.” - Papa Francisco

Pe. José Luis Queimado, C.Ss.R. (Arquivo Santuário Nacional)

Escrito por Padre José Luis Queimado, C.Ss.R.

07 MAI 2016 - 06H31 (Atualizada em 04 JAN 2023 - 20H23)

Shutterstock/ Marijus Auruskevicius

Leia MaisDuas vezes em que o Papa criticou a fofocaFofoca: veneno que mata aos poucos!Como é triste a fofoca!"Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus”. (Tg 3, 8-9).

O que lemos acima, um trechinho da carta de São Tiago, é uma constatação muito antiga de que o ser humano tem uma propensão a falar mal dos seus semelhantes. A tentação é muito grande, e caímos constantemente. Mas a pergunta é: o que fazer para evitar os boatos, as fofocas e as maledicências?

Quando alguém chega até nós, falando mal de uma pessoa, destruindo a sua dignidade à surdina, temos três escolhas a fazer: engrossar o coro das acusações; silenciar; ou defender a pessoa atingida, repreendendo o acusador.

Quando apoiamos as maledicências, não dando oportunidade àquele que está ausente de se defender, somos continuadores da fofoca no mundo. Quando silenciamos, concordando ou não com a fala do acusador, omitimos a nossa defesa, pecando por omissão. Quando defendemos a pessoa acusada e repreendemos o acusador, estamos optando por não fazer parte da boataria e do crescimento da falsidade e da fofoca no mundo. Tentamos arrancar, assim, o mal pela raiz, ainda que seja um fato isolado.

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"Começam as fofocas e as fofocas são guerras. Isso não está bem." - Papa Francisco


A fofoca não faz bem. O falar mal das pessoas acaba sempre mal. “O que guarda a boca e sua língua guarda a sua alma das angústias”. (Pv 21, 23). Um dia, ela descobre que nós falamos pelas suas costas, e a falsidade será exposta para o mundo, e nos envergonharemos de tudo isso. A língua mata a dignidade das pessoas, por isso, vamos usá-la para aliviar, dar esperança e bendizer a vida. É certo que há muita tentação para se falar de alguém de quem não gostamos, mas isso é mostrar a nossa tibieza diante de Deus.

Mais dolorido ainda é quando falamos mal de alguém que gostamos; de alguém que consideramos nosso amigo quando estamos na sua frente. A hipocrisia e a falsidade matam as pessoas que amamos, porque é aí que nasce o “demônio dos olhos verdes”, como dizia Dante Alighieri para se referir ao ciúme (à inveja). “Se alguém entre vós diz ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião dele é vã”. (Tg 1, 26).

Por isso, busquemos domar a nossa língua, este músculo pequeno que salva e que condena; que traz esperança e devastação; que bendiz e que destrói. “Há alguns que falam como que espada penetrante, mas a língua dos sábios é saúde”. (Pv 12, 18). Sejamos sábios para dar saúde aos que estão ao nosso redor, e assim não os mataremos com a espada cortante de nossas maledicências!

 

Escrito por
Pe. José Luis Queimado, C.Ss.R. (Arquivo Santuário Nacional)
Padre José Luis Queimado, C.Ss.R.

Missionário Redentorista com experiência nas missões populares, no atendimento pastoral no Santuário Nacional de Aparecida, passou pela direção do A12, fez missão na Filadélfia nos Estados Unidos. Atualmente é diretor editorial adjunto na Editora Santuário.

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