Por Redação A12 Em Igreja

Pastoral da Criança: 15 anos de assistências às comunidades indígenas

No ano 2000 a Pastoral da Criança iniciou o cadastro de acompanhamento das comunidades indígenas. Há 15 anos a Pastoral da Criança passou realizar essa atividade de maneira especial e desde então o grupo tem demonstrado um crescimento tanto no número de famílias atendidas – consequentemente crianças e gestantes –, e visto números, como nascimento com baixo peso e mortalidade de crianças, cair.

Foto de: Paróquia N.S. Auxiliadora Canarana (MT)

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Líderes da Pastoral da Criança da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora participaram do Mutirão Rural da Cidadania. Os povos indígenas da etnia Xavante.

 

Em todo o Brasil, mais de 7.500 famílias foram acompanhadas durante o ano de 2014; este número 15 anos antes não chegava a 4.300 famílias. Da mesma forma, o atendimento às crianças cresceu de 6,6 mil para mais de 11 mil no mesmo período. A dedicação vem desde o período que Dra. Zilda Arns estava à frente da Pastoral da Criança. Ela coordenou de 2000 a 2006 a Comissão Intersetorial de Saúde Indígena (CISI), que faz parte do Conselho Nacional de Saúde.

“Nossa estratégia de trabalho inclui o conhecimento da realidade nas aldeias, contatos com o Ministério da Saúde e organizações que acompanham os indígenas, como o Conselho Indigenista Missionário [CIMI], consentimento e apoio dos caciques, seus conselhos e da Fundação Nacional do Índio [FUNAI]”, explica o gestor de relações institucionais da Pastoral da Criança, Clóvis Boufleur. Atualmente ele é integrante do Conselho Nacional de Saúde e coordenador adjunto da CISI.

Mortalidade infantil

O alto número de crianças indígenas que morrem ainda traz a preocupação com a desnutrição, uma das principais causas de morte – causa esta considerava como evitável. Entre os índiozinhos acompanhados, em 2014, a média de desnutridos foi de 2,3%, entre os mais de 11 mil cadastrados, e a taxa de crianças nascidas com baixo peso foi de 3,3%. “Os focos de desnutrição nas aldeias coincidem com o abandono da amamentação exclusiva, que entre os índios ocorre normalmente a partir do primeiro ano. A baixa disponibilidade de alimentação adequada e água potável para a criança aumentam os índices de diarreia”, aponta Boufleur. A média mensal de crianças com diarreias em 2014 foi de 6,9%, sendo que 93,5% delas tomaram o soro caseiro, uma das principais campanhas da Pastoral da Criança contra a desidratação.

Segurança alimentar

A questão alimentar dos índios brasileiros é uma das pautas essenciais para a Pastoral da Criança. Existem focos de insegurança alimentar em dezenas de áreas indígenas. “A perda da cultura alimentar está relacionada principalmente com a base proteica vegetal, como batata doce, mandioca, abóbora, inhame, milho, feijão e frutas como mamão e banana, pescados e carnes. Além disto, existe oferta de produtos, por meio de cestas básicas e do comércio, com alto teor de açúcar e carboidratos”, afirma Clóvis. A principal conclusão do 1º Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas, realizado em todo o Brasil, entre 2008 e 2009 é de que “as alterações nos padrões alimentares e de atividade física têm provocado drásticas transformações na saúde indígena e levaram para as aldeias problemas como obesidade, hipertensão arterial e diabetes”.

Nos últimos anos, um das ações da Pastoral na CISI (Comissão Intersetorial de Saúde Indígena do Conselho Nacional de Saúde) tem sido o fortalecimento de ações de segurança alimentar. Segundo o gestor, as manifestações indígenas em eventos indicam a necessidade de intensificar atividades intersetoriais de educação e promoção da saúde, como valorização das práticas de saúde tradicionais, alimentação saudável e de costume, saneamento básico e ambiental, e o fortalecimento da capacidade dos próprios índios de cuidar da saúde na sua comunidade. “Destaco três desafios atuais para as populações indígenas: garantir a terra e as condições para produzir o próprio alimento, definir claramente como será a assistência e a atenção à saúde nas aldeias, e impedir que álcool e drogas tomem conta das comunidades indígenas”, afirma.

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