Por Valquíria Vieira Em Igreja

Pastoral da Criança esclarece dados do ‘Relatório 2015 - Níveis e Tendências em Mortalidade Infantil’

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Banco Mundial e a Divisão de População do Departamento da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais (DESA), divulgou essa semana o ‘Relatório 2015 - Níveis e Tendências em Mortalidade Infantil’.

Com dados importantes sobre o assunto o relatório mostra que o número de mortes caiu de 12,7 milhões por ano em 1990 para 5,9 milhões em 2015, mas apontou ainda que dificilmente o mundo alcançará o número proposto pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) até o fim de 2015, de 17,9 mortes a cada mil nascidos vivos.

Foto de: Arquivo

Clóvis Pastoral da Criança

Clóvis Boufleur

O A12.com conversou com o gestor de relações institucionais da Pastoral da Criança, Clóvis Boufleur, para analisar esses dados e apontar iniciativas que deram certo além de traçar as expectativas para a continuidade da diminuição da mortalidade infantil.

Clóvis ponderou sobre as mortes que ainda ocorrem no Brasil que a princípio ocorrem por situações e problemas de ordem social.

“As causas da mortalidade nos primeiros 5 anos de vida estão relacionadas com baixa renda familiar, a falta de saneamento (água, esgoto, coleta de lixo), a baixa escolaridade e falta de acesso a serviços de saúde. Para avançarmos é preciso aumentar a renda das famílias, mas isso não é suficiente. Os demais fatores continuaram a manter as crianças em estado de pobreza”

Com os dados do relatório é possível afirmar que a maioria das mortes acorrem em casos que poderiam ser prevenidos. Para Clóvis o desafio está em prevenir situações de risco aos primeiros dias de vida de cada criança que nasce.

“O grande desafio continua sendo o período do nascimento. Em torno a 45% das mortes infantis no mundo ocorrem no período neonatal, que compreende os 28 primeiros dias de vida. Prematuridade, pneumonia, complicações durante o trabalho de parto, diarreia, infecções e malária são as principais causas de morte de crianças menores de cinco anos. Cerca de metade são associadas à desnutrição”.

O relatório ainda apresenta dados das crianças indígenas, que estão mais vulneráveis às causas da mortalidade infantil. Clóvis conta o quanto a Pastoral da Criança vem trabalhando com essas crianças.

“As ações da Pastoral da Criança junto às populações indígenas aconteceram em 201 comunidades, 77 municípios, em 2014. Mensalmente foram acompanhadas 8.115 crianças, por 625 líderes indígenas e 337 voluntários de apoio. A estratégia de trabalho utilizada inclui o conhecimento da realidade nas aldeias, contatos com o Ministério da Saúde e organizações que acompanham os indígenas, como o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), consentimento e apoio dos caciques, seus conselhos e da Fundação Nacional do Índio (FUNAI)”.

Nesse contexto que o relatório apresenta da realidade sobre a mortalidade infantil, Clóvis atenta para a importância das ações práticas para que os dados façam sentido.

“Os dados deste relatório da OMS só fazem sentido se forem úteis para assumirmos compromissos, promover mudanças. Os números jamais devem esconder o valor da vida de cada criança. A sociedade civil deve estar cada vez mais articulada e atenta às ações governamentais para participar da construção de políticas públicas de qualidade para as crianças. Além disso, exigir o princípio da Constituição de que as políticas voltadas para a criança é prioridade absoluta no Brasil, e que os recursos sejam previstos no orçamento e bem aplicados nestas políticas”, concluiu.

Saiba mais sobre essa entrevista:

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