Por Redação A12 Em Igreja

Clóvis Boufleur fala sobre a preocupação com as crianças indígenas

Em entrevista ao A12.com o gestor de relações institucionais da Pastoral da Criança, Clóvis Boufleur falou sobre os dados do 'Relatório 2015 - Níveis e Tendências em Mortalidade Infantil' e como a questão das crianças indígenas estarem mais vulneráveis é uma preocupação da Pastoral da Criança.

"As crianças indígenas que vivem no Brasil têm duas vezes mais chance de morrer antes de completar o primeiro ano de vida que as demais. Segundo o relatório da OMS, esse tipo de exemplo demonstra que, mesmo em países com níveis relativamente baixos de mortalidade infantil, são necessários maiores esforços para reduzir as disparidades entre diferentes grupos sociais.

Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2000 e 2013, 9.663 crianças indígenas morreram no país antes de completar um ano. De cada 1000 índios que nasceram, 43 morreram antes de completar um ano em 2013. A pior situação é entre os Yanomami, na Região Norte, e entre os Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso.

As ações da Pastoral da Criança junto às populações indígenas aconteceram em 201 comunidades, 77 municípios, em 2014. Mensalmente foram acompanhadas 8.115 crianças, por 625 líderes indígenas e 337 voluntários de apoio. A estratégia de trabalho utilizada inclui o conhecimento da realidade nas aldeias, contatos com o Ministério da Saúde e organizações que acompanham os indígenas, como o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), consentimento e apoio dos caciques, seus conselhos e da Fundação Nacional do Índio (FUNAI).

Existem focos de insegurança alimentar em dezenas de áreas indígenas. Ao longo dos últimos cinco anos, o fortalecimento de ações de segurança alimentar tem merecido especial atenção da Pastoral da Criança e do Conselho Nacional de Saúde (CNS), por meio da Comissão Intersetorial de Saúde Indígena (CISI). As recentes manifestações indígenas dos fóruns e conferências apontam para a necessidade de intensificar atividades intersetoriais de educação e promoção da saúde, como valorização das práticas de saúde tradicionais, alimentação saudável e de costume, saneamento básico e ambiental e fortalecimento da capacidade dos próprios índios de cuidar da saúde na sua comunidade.

Terra é saúde, saúde é terra. Os povos indígenas dependem do lugar no qual vivem para ter saúde. Destaco três desafios atuais para as populações indígenas: garantir a terra e as condições para produzir o próprio alimento, definir claramente como será a assistência e a atenção à saúde nas aldeias, e impedir que álcool e drogas tomem conta das comunidades indígenas".

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