Por Redação A12 Em Santo Padre Atualizada em 06 MAR 2020 - 10H42

Papa: "Onde não são honrados os idosos, não há futuro para os jovens"

Na catequese desta quarta-feira, 4, o Papa Francisco prosseguiu sua reflexão acerca da família falando desta vez sobre os avós e a realidade que os idosos enfrentam na atualidade. 

Francisco citou seu predecessor, Bento XVI, quando afirmou que a qualidade de uma sociedade se julga também pelo modo como os idosos são tratados. “De fato, a atenção aos anciãos faz a diferença de uma civilização. Uma sociedade que os descarta, carrega consigo o vírus da morte”, disse.

Francisco abordou a realidade dos idosos na atualidade, lembrando a melhoria da qualidade de vida deles e contraditoriamente da indiferença da sociedade para com a velhice. "Com o progresso da medicina, foi possível alongar a vida, mas a sociedade não soube 'alargar-se' para a acolher e rejubilar com ela. A Igreja não pode nem quer conformar-se com o modelo consumista atual que olha com impaciência, indiferença e desprezo para a velhice", exortou. 

 

“Não se ousa dizer abertamente, mas os idosos são descartados! Isso é pecado. Há algo de vil nesta dependência à cultura do descartável", alertou Francisco.

O Papa refletiu ainda que no Ocidente os estudiosos consideram o século que vivemos como o século do envelhecimento: os filhos diminuem, os idosos aumentam. Para Francisco, este desequilíbrio interpela sobre um grande desafio, já que a cultura do lucro insiste em mostrar os velhos como um peso.

“Não se ousa dizer abertamente, mas os idosos são descartados! Isso é pecado. Há algo de vil nesta dependência à cultura do descartável. Com a intenção de remover o medo que sentimos da fraqueza e da vulnerabilidade, aumentamos nos anciãos a angústia de ser mal suportados e abandonados", alertou o pontífice. 

Nesse ponto, o Santo Padre lembrou que os idosos são homens e mulheres que percorreram um longo caminho e travaram uma luta diária por uma vida digna. "São homens e mulheres de quem muito recebemos. Temos de despertar o sentimento coletivo de gratidão, apreço, hospitalidade, que faça sentir o idoso como parte ativa da sua comunidade', frisou. 

Essa compreensão e interesse pelos idosos não pode ficar ausente da vida em sociedade, refletiu o Papa. "Uma sociedade, onde a gratuidade e o afeto desinteressado vão desaparecendo – mesmo para com os de fora da família –, é uma sociedade perversa", assinalou.  

Diante de toda realidade de abandono, indiferença e maus tratos contra os idosos, Papa Francisco reforça que a Igreja, fiel à Palavra de Deus, "não pode tolerar tais degenerações". 

"Uma comunidade cristã, onde deixassem de ser consideradas indispensáveis a proximidade e a gratuidade, com elas perderia a sua alma. Onde não são honrados os idosos, não há futuro para os jovens", finalizou.

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