Por Luciana Gianesini Em Redação A12 Atualizada em 11 NOV 2019 - 11H44

Redação A12 ao vivo tira dúvidas dos leitores com o Ir. Joaquim Acássio Barbosa

Para quem tem dúvidas sobre fé e religião, o Redação A12 ao vivo da última sexta-feira (08) foi especial. Nosso convidado foi o irmão Joaquim Acássio Barbosa, C.Ss.R., que respondeu algumas das inúmeras perguntas que chegam ao portal todos os dias. 

Acompanhe as respostas dadas pelo irmão redentorista e tire também as suas dúvidas!

Gustavo Cabral
Gustavo Cabral

Em que situações eu não posso comungar?

A primeira pergunta é uma das mais frequentes entre todos os católicos. Irmão Joaquim esclarece que a Igreja nos coloca algumas orientações, a começar pela observância dos mandamentos da Lei de Deus e da Igreja, como por exemplo, não atentar contra a própria vida, não atentar contra a vida do outro e não cometer adultério. Estas são situações bem graves, que exigem que que a pessoa antes passe pela Confissão.

Mas o missionário também destaca que a comunhão começa em casa: "Se você se dispõe a sair da sua casa, participar de uma celebração eucarística e nela comungar, então a missa já começa em casa". Ele orienta que se faça uma revisão de vida, onde olhamos para dentro de nós mesmos, para nossas atitudes e para aquilo que a Igreja nos pede como filhos: 

"Você está sendo um bom filho? Você está sendo um bom pai para seus filhos? Assim, depois desse momento de reflexão pessoal, se você se sentir em paz consigo e com essas ações, aí você participa da Comunhão Eucarística. Mas se depois de fazer esse momento de reflexão pessoal, algo ainda lhe incomodar, então é melhor você que passe pelo confessionário para ter uma orientação e, assim, poder comungar tranquilamente", ensina.

A Bíblia dos católicos é diferente da Bíblia dos evangélicos?

Irmão Joaquim esclarece que existe, sim, uma diferença. Ele explica que a Bíblia, inicialmente, foi vivida, transmitida e, depois, escrita. Nós tivemos a tradução feita por São Jerônimo, que a traduziu para uma linguagem acessível ao povo, chamada de Vulgata. Ela já foi traduzida para mais de 400 línguas.

A Bíblia Católica é formada por 73 livros, sendo 46 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. A diferença da Bíblia dos nossos irmãos protestantes e evangélicos é que ela não possui os seguintes livros: Tobias, Judite, Ester, Sabedoria e Macabeus 1 e 2. "Então, esta é a diferença, mas o que importa é a nossa coerência com a Palavra de Deus, sejamos nós católicos ou evangélicos", esclarece o religioso.

Reprodução/ Pinterest
Reprodução/ Pinterest

Meus pais são contra meu namoro e minhas escolhas profissionais. Como manter uma relação familiar saudável diante disso?

O redentorista diz que, nessas situações, não pode faltar diálogo. Primeiro se deve tentar entender por que que os pais não aceitam essa situação e, depois, o filho colocar também a sua posição.

Irmão Joaquim aconselha lembrar-se da mensagem lida em placas de sinalização de uma linha férrea: "pare, olhe e escute". "Nessas situações é preciso haver um diálogo aberto entre pais e filhos. Aos pais, cabe entender que o filho, no caso da escolha da faculdade, por exemplo, se identificou com aquela aquela profissão e que ele pretende seguir em frente. Então, o ponto principal é o diálogo, é um entender o outro", diz.

É claro que os pais têm a sua sabedoria. Então, é importante entender também o lado dos pais e tentar conciliar tudo isso, sentar junto, ser sincero, tanto na questão da escolha profissional quanto no namoro. "Se o relacionamento começa do jeito errado, vai ser ainda mais complicado lá na frente", observa o religioso. "Os pais também têm que entender que não são donos dos filhos. Cada um vai ter a sua própria história, vai construir a sua própria vida", conclui.

O jornalista Eduardo Gois completou dizendo que "é errando que se aprende" e que, muitas vezes, é importante que os pais não fiquem "poupando" os filhos de enfrentarem determinadas situações sozinhos e, caso encontrem dificuldade, aí sim, chamar uma vez mais para o diálogo.

Devo acreditar que as novenas aos santos realmente ajudam? Não é melhor rezar diretamente a Deus?

Uma leitora do A12 ouviu dizer que a Novena de São José era "poderosa" para o casamento e quis saber se, de fato, novenas aos santos surtem efeito ou se é melhor rezar diretamente a Deus. Irmão Joaquim afirma que "rezar é sempre bom". Ele orienta que se deve rezar para encontrar uma pessoa com a qual você se identifique, porque essa pessoa, em tese, será sua companhia para o resto da vida. 

Ele também destaca que, independente do santo a quem recorremos, todos são nossos intercessores junto a Deus, em várias situações de nossa vida."Se a pessoa pede com fé e está bem intencionada, Deus vê que esse pedido é devido e, se for bom para pessoa, vai acontecer, com certeza", avalia.


Como descobrir a missão que Deus tem para minha vida?

Irmão Joaquim responde que, primeiro, deve-se viver dignamente. "Se você vive dignamente a sua fé, Deus vai mostrando o caminho". Ele esclarece que Deus usa de pessoas, usa de meios para falar com a gente. "Deve-se sempre rezar pedindo a luz do Espírito", observa.

Irmão Joaquim também explica que, muitas vezes, ficamos um tanto "presos" à intercessão dos santos e nos esquecemos que o próprio Espírito Santo de Deus também pode agir em nosso favor. "Ele é a luz que vai nos orientar, nos guiar nesse nosso caminho de fé", assinala.

Trazendo seu próprio testemunho de discernimento vocacional, o irmão redentorista conta que foi uma fala de uma pessoa que ficou gravada em seu coração e o fez seguir o caminho da vocação religiosa.


Tenho dificuldades de conviver com as gerações mais jovens

Uma leitora partilhou que tem dificuldades em lidar com seus filhos e netos, por conta das diferenças entre as gerações. Irmão Joaquim destaca que é importante entender que cada geração tem suas próprias experiências e sua própria missão, sejam avós, pais ou filhos. Nada impede que, vez ou outra, se partilhem conselhos, mas cada um deve exercer seu papel, de acordo com aquilo que lhe é próprio.

O religioso também comenta um aspecto dos tempos atuais, onde as pessoas costumam confundir desejos com direitos. Nessas situações, o religioso salienta que é importante deixar claro para os mais jovens que "tudo lhes é permitido, mas nem tudo lhes convém".  (1 Cor 6,12) Sempre é bom, para os jovens, observar os pais, os avós que são exemplos vivos de como podemos trilhar nosso caminho.

:: Confira no vídeo abaixo como foi o bate-papo com o Irmão Joaquim Acássio Barbosa, na íntegra.


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