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Santo do Dia

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São Roque
Localização: França

Roque nasceu por volta do ano de 1295, provavelmente em Montpellier, na França. O sobrenome do pai era Rog, daí o nome Roque. Tinha como sinal de nascença uma cruz no peito. A família era nobre e abastada, e sua vida foi consequência de muitas orações da sua mãe, que, já mais idosa, ainda não tinha filhos. Suas preces a Nossa Senhora foram atendidas, e Roque foi educado na devoção à Santíssima Virgem.

A época era de grandes dificuldades. Disputas internas e externas na Igreja tinham levado o papado de Roma para Avignon, no sudeste da França (em 1305, com Clemente V), onde ficou por 70 anos. Graves heresias confundiam e afastavam os fiéis: os cátaros ou albigenses (que propunham entre outras coisas a existência de dois deuses, um bom e um mal), os patarinos (“perturbadores”, heresia surgida em Milão a partir de críticas válidas à simonia na Igreja – “venda” de bênçãos – e que se desvirtuou em fanatismo intolerante contra a validade dos Sacramentos ministrados por sacerdotes que não fossem “puros”, entre outros aspectos), os valdenses (de Pedro Valdo, a partir de Lyon, França, que só admitia a pobreza absoluta e negava a autoridade papal, entre outros pontos), os beguardos (provavelmente da palavra saxônica beg, mendigar; inicialmente em Flandres, região que fica atualmente quase toda na região da Bélgica, era um movimento de mulheres cenobíticas, que se desvirtuou em movimentos que só admitiam a mendicância e não aceitavam a autoridade papal). Por fim, grassava a peste negra (a maior pandemia da História, de peste bubônica, de origem bacteriana, que dizimou entre 75 a 200 milhões de pessoas na Eurásia, com maior surto entre 1347 e 1353 na Europa).

Órfão dos pais aos 15 anos, Roque herdou grande fortuna, mas para viver como o Cristo, na pobreza, confiou todos os bens a um tio e seguiu como mendigo para Roma. No trajeto, demorou-se em várias localidades para socorrer vítimas da peste negra, que muitas vezes viviam em povoados isolados para não contaminar os demais, apenas esperando a morte. Roque adquiriu o dom da cura e operou inúmeros milagres. Depois de dois anos chegou à Cidade Eterna, onde passou três dias rezando diante dos túmulos de São Pedro e São Paulo. Cuidou dos doentes ali por três anos, e inciou o regresso para casa pelo mesmo caminho anterior. Em Piacenza, novamente auxiliando os empesteados, foi contaminado. Decidiu então retirar-se sozinho para um bosque, próximo a Sarmato, entregando-se à Providência divina.

Diariamente, um cachorro passou a lhe trazer um pão. O seu dono acabou por seguir o animal, que regularmente se ausentava, e encontrou Roque, a quem ajudou. O santo ficou curado por intercessão divina, e dispôs-se a continuar sua viagem para Montpellier. Em Aguapendente, região da Toscana, na Itália, a sua simples presença curou a epidemia em toda a cidade, o mesmo acontecendo em Cesena e outros lugares. Muitos eram curados simplesmente quando Roque lhes fazia o sinal da cruz.

A região de Montpellier estava em guerra, e Roque, nas proximidades, foi tomado por espião e encarcerado. Durante cinco anos, apesar dos sofrimentos e humilhações, pregou e converteu outros prisioneiros, auxiliando-os como podia. Em 16 de agosto de 1327, foi encontrado morto na cela. O carcereiro, que era manco, tocou-o com o pé para verificar se apenas dormia, e ficou imediatamente curado. Ao prepararem o corpo para o sepultamento, foi identificado pela marca da cruz no peito.

No Concílio de Constance, Suíça (1414 – 1418), tendo os participantes sido acometidos pela peste negra, foi proposta uma procissão pública penitencial, sob a proteção de são Roque. Antes mesmo de terminada, todos estavam curados.

São Roque é invocado como padroeiro contra as pestes, dos inválidos, e também dos cachorros.

No Brasil, principalmente por conta dos imigrantes italianos, várias são as dioceses, cidades e igrejas dedicadas ao santo, e justamente na cidade de São Roque, interior de São Paulo, encontra-se a principal Igreja a ele consagrada, com uma relíquia do seu braço.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho



Reflexão:

Muitos santos medievais, pertencentes à nobreza, renunciam inteiramente à sua condição social para se dedicar a Deus, como São Roque. Isto aconteceu não somente na Idade Média, mas posteriormente e até hoje, mas talvez não tenhamos muitas notícias destes fatos no turbilhão de informações caóticas no qual estamos estonteados; e/ou também porque os frutos de santidade não são tão evidentes. O paradoxo da nossa “era da comunicação” é que a maioria dos conteúdos compartilhados nos tornam povoados isolados, pois o que é mundano separa, e a Boa Nova, que une, é combatida como uma peste. Muito necessário e apropriado ao povo de Deus seria organizar e participar de procissões públicas invocando a proteção divina contra as doenças heréticas e materialistas que nos atacam… de resto, a condição humana nos torna a todos contaminados com as consequências do Pecado Original, e por isso, como São Roque, precisamos nos retirar para um lugar interior isolado, onde recebamos diariamente o Pão Eucarístico que nos mantém vivos, até ficarmos curados pela ação divina. Neste mundo somos tomados por espiões inimigos, porque de fato não pertencemos a ele; mas enquanto estamos aqui encerrados, devemos cuidar do próximo, mesmo se somos humilhados e maltratados. Não podemos esquecer que a simples presença do Senhor tem o poder de nos curar dos males presentes, se permanecermos na Fé.

Oração:

Senhor Deus, Médico dos Médicos, que nos destes a cura do pecado pela Redenção de Jesus, concedei-nos que por intercessão de São Roque sejamos efetivamente encontrados mortos para este mundo, e ao voltar para a nossa verdadeira moradia Celeste numa jornada de amor e auxílio ao próximo, nos reconheçam à Vossa porta por termos carregado, no trajeto, o sinal da Cruz marcado no coração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

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