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São Bartolomeu - Apóstolo

Bartolomeu, também chamado Natanael, nasceu em Caná, uma pequena aldeia a 14 quilômetros de Nazaré, na Galileia. Foi um dos 12 Apóstolos de Jesus (cf. os quatro Evangelhos e Ato dos Apóstolos), porém apenas uma citação bíblica lhe dá destaque (Jo 1,45-51):

“Filipe encontra Natanael e diz-lhe: ‘Achamos Aquele de Quem Moisés escreveu na Lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José’. Respondeu-lhe Natanael: ‘Pode, porventura, alguma coisa boa vir de Nazaré?’ Filipe retrucou: ‘Vem e vê’. Jesus viu Natanael que vinha ao Seu encontro, e disse a seu respeito: ‘Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade’. Natanael perguntou-Lhe: ‘Donde me conheces?’ Respondeu Jesus: ‘Antes que Filipe te chamasse, Eu te vi quando estavas debaixo da figueira’. Natanael exclamou: ‘Mestre, Tu és o Filho de Deus, Tu és o rei de Israel!’ Jesus replicou-lhe: ‘Crês porque Eu te disse que te vi debaixo da figueira? Verás coisas maiores do que esta’. E concluiu: ‘Em verdade, em verdade vos digo: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem’”.

O comentário depreciativo de Bartolomeu a Filipe está de acordo com o que era a esperança judaica do Messias na época de Jesus, isto é, um grande personagem, governante, profeta ou general, de alta linhagem, e com poderes terrenos para suplantar o Império Romano. Jamais uma pessoa oriunda de um pequeno, pobre e esquecido vilarejo como Nazaré da Galileia.

São Bartolomeu acompanhou Jesus nos três anos de Sua vida pública, testemunhando as Suas obras e ensinamentos. Conheceu pessoalmente Nossa Senhora, presenciou a Ascensão do Senhor e recebeu o Espírito Santo em Pentecostes. Mas também abandonou o Mestre na Sua Paixão. Como todos nós, exceto Maria Santíssima, pecou; mas, sobretudo, arrependeu-se e acabou por dar a sua vida pelo Cristo – no que devemos igualmente imitá-lo, para além do pecado...

 A Tradição indica que Bartolomeu, depois da separação dos Apóstolos, evangelizou na Europa Oriental, talvez também na Índia. Já os evangelhos apócrifos indicam que morreu martirizado na Armênia, por volta do ano 68. O certo é que ele levou a Fé às regiões da Europa Oriental. Sua festa litúrgica é em 24 de agosto, que parece ser o dia provável do seu falecimento.

 

Colaboração: José Duarte de Barros Filho



Reflexão:

A melhor descrição de Bartolomeu foi feita pelo próprio Mestre: “Aqui está um verdadeiro israelita, no qual não há fingimento”. Deus gosta da sinceridade. Mesmo quando pensamos e agimos de forma errada, pois só quem é sincero poderá ver a Verdade, que é Ele mesmo, na realidade, e por isso será capaz de se arrepender, quando for o caso, ou manter-se fiel, se diante de pressões ou tentações. O primeiro comentário de Bartolomeu sobre Jesus não é lisonjeiro, mas é claramente a expressão do que pensavam os israelitas sobre o prometido Messias: deveria ser um grande homem, cuja origem não poderia ser um vilarejo qualquer. E Bartolomeu não se intimada em manifestá-lo claramente, ainda que com certa rudeza, na intimidade do amigo Filipe. Ainda assim, não se pode assumir que Bartolomeu fosse particularmente grosseiro, debochado ou desrespeitoso, pois os Apóstolos eram homens simples que não necessariamente primavam por uma refinada educação; muitas vezes a forma direta e incisiva de se expressar é apenas rústica, mas sem má intenção. Por fim, sincero é também o desejo de Bartolomeu da vinda do Messias. Queremos Deus com a mesma intensidade? E que Deus esperamos? Sejam antes rústicas que má intencionadas as nossas expectativas com relação a Deus, se ainda não as polimos e refinamos: também não esperamos nós, eventualmente, só coisas grandiosas e de aparência clara, por parte de Deus? Quanto não vemos Deus sob o nosso próprio interesse? Com didática divina, e sabendo da alma boa de Bartolomeu, que precisava ainda ser purificada, Deus o elogia, para incitar o diálogo que levaria à adesão do discípulo ao Mestre. Também de forma sincera, pois ainda não conhecia Jesus, e supunha naturalmente não ser conhecido por Ele, pergunta, surpreso, de onde vem este conhecimento. A resposta de Jesus, “Eu te vi quando estavas sob a figueira", de alguma forma revela imediatamente a Bartolomeu que Jesus é, de fato, o Messias. E em primeiro lugar porque o Senhor explicita, “Antes que Filipe te chamasse”. Como Jesus poderia saber deste pormenor, se não fosse “o Filho de Deus”, que tem um poder superior aos homens? Debaixo da figueira – algo muito particular, que só Deus poderia saber. Talvez um questionamento na alma, durante uma meditação? Deus nos vê no mais íntimo… ... aceitamo-Lo, então, como Bartolomeu? Pois o seu reconhecimento e aceitação da divindade de Cristo foi imediata e total: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!”. E para confirmar que ele estava certo, Jesus ainda acrescenta que mesmo este conhecimento íntimo, profundo e sobrenatural é pouco diante do que Bartolomeu testemunhará: “Verás coisas maiores do que esta”. E Sua conclusão reforça e define categoricamente Quem Ele é: “Em verdade, em verdade vos digo: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”. São Bartolomeu expressa o que nós mesmos, talvez, pensamos… e como ele devemos ser corrigidos por Cristo. O fundamental, o crucial, de fato o que decide a nossa vida, é: agimos então como ele, aceitando e nos submetendo de boa vontade à divindade e autoridade do Senhor, obedecendo-O com amor? Até o extremo, e à morte? Somos sinceros como Bartolomeu, para merecermos o mesmo elogio de Cristo? Porque um homem sem falsidade, sem mentira, é alguém que está na Verdade, que estará com Deus no Paraíso. O pouco que há sobre Bartolomeu diz muito sobre nós.

Oração:

Senhor Deus da Verdade, que tudo podeis ver, concedei-nos pela intercessão de São Bartolomeu a plena sinceridade da alma e da Razão, o desejo puro, reto e intensíssimo de Vós, o agradecimento infinito de Vos reconhecer, conhecer e amar na Santa Igreja, a humildade e alegria de Vos receber e obedecer, e a inefável Adoração que mereceis na Eucaristia; pois nada disso merecemos, e nos escolhestes para existirmos, sermos católicos e termos preferencialmente as Vossas dádivas, sobretudo os Sacramentos, de sermos verdadeiramente pelo Batismo Vossos filhos protegidos, resgatados do pecado e destinados para o Céu! Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém!

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