Maria, sinal de esperança segura e de consolação aos olhos do Povo de Deus peregrino
A festa da Imaculada Conceição ilumina como um farol o Advento, tempo da vigilante e confiante expectativa do Senhor. Caminhando ao encontro do Deus que vem a nós no Natal, olhamos aquela que o Apocalipse descreve como o grande sinal dele no céu: a mulher vestida de sol e tendo a lua sob os pés.
É Maria “que brilha como sinal de esperança segura e de consolação aos olhos do Povo de Deus peregrino”. Crer na concepção imaculada de Maria é dizer que Deus a escolheu livremente desde toda a eternidade para que fosse a mãe do Salvador. Ou seja, pelos méritos de Cristo a graça de Deus preservou Maria do pecado original desde o instante em que foi concebida.
Um encargo ou missão excepcional exige um dom extraordinário. Para ser mãe digna do Filho de Deus era preciso que Maria fosse a “cheia de graça” e a sócia da obra redentora de Cristo como humilde serva. Toda a sua função maternal a serviço do Menino Jesus, a sua participação nos sofrimentos do Messias até o Calvário, tudo foi afinal uma cooperação sem igual na fé e no amor, à missão dele.
Essa convicção nasceu com a Igreja. O dogma pois da Imaculada Conceição não foi “inventado” pelo papa Pio IX em 1854. Foi proclamado por ele após 18 séculos de fé vivida no mundo inteiro. A maturação do enunciado sobre a Imaculada Conceição veio vindo da fé cristã ainda no Novo Testamento, passando por um longo processo de reflexão.
A novidade inaudita da ressurreição levou os discípulos de Jesus a relerem as Escrituras e a descobrirem o papel de Maria em sua dependência e importância quanto ao mistério da Redenção. Viram-na no Gênesis: a mulher que no lugar de Eva esmagaria a cabeça da serpente demoníaca.
Também em Isaías, prefigurada na virgem que daria a luz ao Emanuel, o Deus conosco. Os escritores do segundo século, os santos e místicos, os concílios, a reflexão teológica e o culto popular à Virgem Maria, tudo foi se articulando até chegar à formulação do dogma. Submissa a Cristo desde o primeiro instante da vida, Maria foi a “cheia de graça” só por meio dele. Mas seria uma desonra para o Salvador ter nascido de uma mulher sujeita ao pecado ainda que por fugaz momento.
Se o diálogo de amor crescente e livre unia o sim da Virgem ao sim do Onipotente, ela seria a aurora radiosa que anunciou o nascer do Sol da justiça para todos nós. Maria não ficou fora da redenção e nem à margem da nossa condição humana. Não é imaculada por méritos próprios. Ela foi pré-redimida por seu Filho e de um modo mais sublime. A ela Deus salvou por preservação. A nós por libertação da herança de pecado. Longe de diminuir a redenção única de Cristo, a concepção imaculada de sua mãe nos ajuda a sentir a infinita misericórdia de Deus conosco.
A grande imprensa, estranha à doutrina cristã, não tem competência para analisar o conteúdo religioso dos dogmas. Prefere desacreditá-los como afirmações cegas. Impositivas. Mas não consegue provar que são absurdos. Talvez as idéias mais discutidas sejam os dogmas, antes de sua proclamação. Se estivessem explícitos na Bíblia não precisariam ser declarados. A declaração apenas interpreta, aprofunda, amplia o que está implícito nas Escrituras. A fé na própria Bíblia supõe antes a fé no fato da revelação divina. São João diz: “Há muitas coisas que Jesus fez. Se fossem escritas uma a uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que seriam escritos”.
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