Por Alexandre Santos Em Notícias

Jovem ensina como evangelizar nas redes sociais

Facebook, Whatsapp, Twitter, Instagram... O advento das redes sociais e a popularização da internet e de aparelhos como smartphones, tablets e notebooks têm ajudado a criar novos ambientes, novos círculos de amizade e novas maneiras de se relacionar.

Esses novos ambientes também se configuram como campos de missão, espaços de evangelização. O assunto é tão relevante para a Igreja que, por dois anos seguidos, a mensagem papal para o Dia das Comunicações Sociais trata do tema.

Stannly dos Santos

Vinicius Farias

Seminarista Vinicius Farias, de Itapecerica da Serra (SP), é
autor do livro Conectados para o Encontro

Ano passado, a mensagem do então Papa Bento XVI para o 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais teve como tema Redes Sociais: portais da verdade e de fé; novos espaços de evangelização. Na mensagem, Bento XVI afirma que esses espaços estão contribuindo para aparição de uma nova ágora, uma praça pública e aberta onde as pessoas partilham ideias, informações, opiniões. “As redes sociais não são um mundo paralelo ou puramente virtual, mas fazem parte da realidade cotidiana de muitas pessoas, especialmente dos mais jovens. Se o Evangelho não for proclamado no ambiente digital poderá ficar fora do alcance de muitos”, declarou

Em 2014, o Papa Francisco voltou ao tema. Com o título Comunicação ao serviço de uma autêntica cultura do encontro, a mensagem ressalta que uma boa comunicação ajuda-nos a estar mais perto, a conhecer-nos melhor e a ser mais unidos. Segundo o Santo Padre, a internet pode oferecer maiores possibilidades de encontro e de solidariedade entre todos. “A revolução nos meios de comunicação e de informação são um grande e apaixonante desafio que requer energias frescas e uma imaginação nova para transmitir aos outros a beleza de Deus”, afirma

Foi pensando nisso que o seminarista Vinicius Farias, de Itapecerica da Serra (SP), lançou o livro Conectados para o Encontro (sem editora). Trata-se de um verdadeiro manual sobre como evangelizar nas redes sociais. Usuário assíduo das novas tecnologias, Vinícius revela que a partir da explosão das redes sociais, notou a pouca participação de padres e religiosos, a pouca disposição dos católicos de usar as redes sociais como apostolado e o que ele considera mais preocupante: a falta de habilidade no uso das mídias. “Cansei de ver católicos muito bem-intencionados postarem coisas como ‘hoje fui à missa e foi muito bom’. Exemplos assim banalizam o potencial da mensagem que nós, cristãos, carregamos. O livro é uma tentativa de ajudar pessoas que querem fazer o nome de Cristo mais conhecido e amado também nesses novos areópagos”, afirma.

Vinícius conta que a ideia do livro partiu da própria experiência com as redes sociais. O objetivo? Ajudar os católicos a usar melhor esses espaços. “Não basta estar nas redes sociais, é preciso ser criativo, abusar de técnicas de marketing e, por que não, até mesmo ressuscitar a boa e velha oratória.” Para alcançar a todos os públicos, sobretudo aos jovens, o seminarista conta que buscou evitar palavras rebuscadas. A necessidade de usar termos técnicos é resolvida com explicações rápidas. “Meu desejo é que os católicos possam ir além do ctrl C + ctrl V (cópia) no que diz respeito a seus posts”, explica.

Além de incentivar o apostolado nas redes sociais, o livro também dá dicas de etiqueta. Em outras palavras, ele ensina como não ser um chato nas redes sociais. “Em suma: se não tiver algo importante para postar, evite. Todos os erros que denuncio estão direta ou indiretamente ligados a uma cultura quase infantil de querer se manter em evidência”, aponta. Escrito para as pessoas que desejam usar as redes sociais como apostolado, o livro indica uma maneira de sempre ter algo relevante para postar: a oração e a meditação. “As redes sociais existem para o encontro com o outro. Porém, qualquer encontro virtual deve pressupor um encontro anterior: com Cristo”, reflete.

O seminarista ressalta que nada que se posta nas redes sociais é irrelevante. “Ainda que não tenhamos o feedback das pessoas que curtem as postagens, aquela informação pode rodar o mundo sem que saibamos”, alerta. Ele chama a atenção ainda para a seriedade de se postar coisas falsas. “Isso é muito sério. Quando postamos algo sem credibilidade, colocamos essa informação no mesmo nível de uma passagem bíblica que eventualmente tenhamos postado na Linha do Tempo. É muito mais fácil e rápido destruir um trabalho de evangelização do que construir. Portanto, cuidado”, aconselha.

Sobre o vício em redes sociais, Vinícius afirma que é um risco que qualquer pessoa está sujeita a correr. “Comecei a perceber os efeitos narcóticos quando passei a ouvir comentários do tipo: ‘Entro e saio quando quiser’ ou ‘farei jejum de facebook nessa quaresma’. É um problema tão real que nos Estados Unidos já existem diversos estudos para tratar viciados em internet”, afirma. Segundo ele, as pessoas podem esconder o vício por trás da fachada do apostolado. “Uma boa forma de saber se o uso das redes sociais tornou-se um problema é de fato abster-se do uso durante um tempo. Se percebe-se que pode viver sem as redes, naturalmente o retorno fará diminuir a frequência do uso.

Vinícius conta que desde que entrou no seminário procurou fazer das redes sociais um espaço de evangelização. “São páginas de uma história de amor que quero contar para as pessoas. Tudo tem a ver com minha vocação e minha relação íntima com Jesus Cristo. Muitas pessoas me procuram para dizer que rezam por mim e que alguma palavra que disse em determinada situação chegou ao coração delas”, testemunha.

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