Por André Somensari Em Notícias

Padre José Bortolini lança livro sobre a Semana Santa

capa O que é Semana Santa Editora Santuário JS

Foto: Reprodução

O que celebramos no Domingo de Ramos? Por que Jesus lavou os pés dos discípulos? Na Sexta-feira Santa, por que a celebração da Paixão e Morte de Cristo é celebrada às 15h? O que significa a palavra Páscoa? Com certeza você ou alguém de seu convívio já se depararam com essas dúvidas acerca da Semana Santa, na qual se celebra a Paixão, Morte e Ressureição de Cristo, eixo central do cristianismo. Visando esclarecer essas e tantas outras dúvidas de milhares de leigos, padre José Bortolini lança este mês, pela Editora Santuário, o livro O que é Semana Santa. O sacerdote nos conta, com mais detalhes, esses e outros assuntos abordados no livro:

O senhor está lançando pela Editora Santuário o livro O que é Semana Santa. Ainda há, por parte dos leigos, muitas dúvidas quanto a esse período tão importante celebrado pela Igreja?
Padre José Bortolini - A Semana Santa, sobretudo o Tríduo Pascal, tem características próprias e costuma suscitar dúvidas nas pessoas, que precisam ser esclarecidas, pois ela celebra o eixo central da fé cristã, ou seja, a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus. Para as pessoas que não acompanham as cerimônias dessa semana, trata-se de feriadão. Mas quem participa das celebrações tem o direito de saber aquilo que se celebra nesses dias. E esse esclarecimento precisa ser feito, caso contrário, as celebrações, além de demoradas, podem parecer obscuras ou enfadonhas. A solução, a meu ver, está na catequese acerca daquilo que se celebra na Semana Santa. E não é tarefa fácil, pois como explicar o antigo costume – ainda praticado em algumas paróquias –, de cobrir os santos? Ou o uso da matraca e não do sino? Seja como for, há pessoas, sobretudo aquelas diretamente envolvidas na celebração, que se preocupam escrupulosamente em seguir o rito tintim por tintim, mas se esquecem de celebrar o núcleo central da fé cristã.

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A Semana Santa é um período de silêncio, de oração e penitência. No livro, o senhor aponta pistas para a espiritualidade da Semana Santa, contidas no Evangelho de João. Como foi a narrativa desse evangelista sobre a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo? Cite uma pista deixada por ele.
Padre José - Eu pertenço a uma geração que cultivou a Semana Santa de modo diferente, ignorado ou rejeitado pelas novas gerações. Era, sim, semana especial. Na sexta-feira, não se podia fazer quase nada. Hoje, tudo isso é passado ou é visto como folclore, sem incidência na vida das pessoas. E não se trata de carência de meios, pois a mídia com suas novas tecnologias está “bombando” por aí. Na Sexta-feira Santa – dia em que não há missa –, na celebração da Paixão e Morte do Senhor Jesus, lê-se a narrativa do Evangelho de São João. Nesse Evangelho detectamos uma característica própria: Jesus, o pastor que vai dar a vida pelas ovelhas, pede-nos solidariedade. Em que consiste tal solidariedade com Ele? Ele quer que o acompanhemos e o vejamos como aquele que vai, livremente, dar a vida. No Evangelho de João, ele diz: “Ninguém me tira a vida. Eu a dou livremente”. Jesus, portanto, não exige que demos a vida por Ele. Pede simplesmente que entendamos a grandeza de seu gesto livre: dar a vida. Por isso, a melhor forma de celebrar a Semana Santa, sobretudo a Sexta-feira, é contemplar agradecidos a entrega de Jesus por nós. É uma espiritualidade da contemplação agradecida.

A última parte do livro o senhor dedica aos personagens marcantes na história da Paixão de Cristo, segundo João. Quais são os principais personagens e qual é a ótica desse evangelista sobre eles?
Padre José - A narrativa da Paixão e Morte do Senhor Jesus, lida na celebração da Sexta-feira Santa, é semelhante a um grande palco, no qual se desenrola o episódio, e cada personagem tem seu papel, isto é, interesses próprios. Vale a pena fazer este exercício: anotar todos os que comparecem e descobrir aquilo que pretendem diante do indefeso Jesus. Ali comparecem dois sumos sacerdotes, o governador Pilatos, Simão Pedro, o Discípulo Amado, as três Marias ao pé da cruz, Nicodemos, José de Arimateia e tantos outros. A certa altura dos acontecimentos, Pilatos faz Jesus sentar-se na cadeira do juiz, do presidente desse grande tribunal, que é a narrativa da Paixão e Morte do Senhor Jesus, que nada diz. Porém, seu silêncio leva as pessoas a olharem para dentro de si mesmas, desenraizando os motivos e intenções de estarem ali. E cada um recebe a própria sentença a partir das motivações que o trouxeram a esse palco. Tomemos como exemplo o governador Pilatos: três vezes ele declara que Jesus é inocente, mas acaba decretando sua crucifixão. Como estará a consciência de Pilatos? E assim podemos fazer com todos os personagens que comparecem na narrativa.

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