Por João Antônio Johas Leão Em Crescendo na Fé Atualizada em 26 SET 2017 - 15H02

Já cresci! Já sei o que vou ser?

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Se a gente for parar pra observar a juventude de hoje, nós perceberemos que parece que todo mundo se encaixa em algum grupo específico. Tem o grupo dos nerds, dos descolados, dos nerds descolados, os alternativos, os pagodeiros, tem emo, gótico, mas também tem patricinha, enfim...existem vários grupos que podemos encontrar no nosso meio, na escola, trabalho, prédio e etc.. Na juventude a formação de identidade e de caráter se torna algo latente, por vezes perigoso, mas o que irá definir na nossa “adultice”.

“Adultice”, acho que nem eu havia escutado essa palavra ainda, mas foi a primeira coisa que pensei quando comecei a refletir sobre esse momento de decisão de um amanhã que só depende de mim, de um ‘ainda não’ que começa no ‘já agora’. Lembra-se daquela frase que fazia você se auto interrogar sobre seu futuro que dizia: “O que vou ser quando crescer?”. Essa frase quando somos crianças pode até nos dar o prazer de imaginar e fantasiar nossa futura profissão. Complicado é quando você se encontra não mais na fase de fantasiar um futuro, mas sim de decidi-lo. E agora? Já cresci! Já sei o que sou ou o que ainda posso ser?

Essa formação da personalidade se dá desde a nossa infância, mas como já falamos, é na juventude que isso se torna mais forte e pungente. Querer ser isso ou aquilo é estar a decidir sua vida, por isso às vezes esse momento se torna meio doloroso, pois quando se quer fazer uma escolha, a chuva de interrogações que sempre surge na juventude, em nada ajuda a fazê-la. E realmente essas interrogações pesam nos ombros de quem tem uma escolha a fazer como toneladas de responsabilidade que fazem o indivíduo cambalear entre o certo e o errado, entre o firme e o vacilante, na busca de uma estabilidade que na verdade não sabe se conseguirá lograr.

Um grande amigo poeta, amante dos rabiscos e rascunhos, chamado Alexandre Reis, uma vez escreveu: “O que vou ser quando escrever?” Esta sua paráfrase me chamou muito a atenção, pois dentro de seu universo, o da escrita, ele encontra uma maneira de ser. Aproveitando a onda, vamos nos questionar: “ O que seremos quando decidirmos SER? O que seremos quando já formos?”

 

"O que levou os santos a serem quem foram foi uma inquietude que não nos deixa ser pessoas estáticas"

Desculpa se o que vou dizer agora decepcionará você. Não estou escrevendo este texto para lhe dar respostas ou lhe ajudar a decidir sua vida. A autoajuda nunca foi meu forte, e nem quero me responsabilizar por aquilo que escolher. Prefiro ser responsável pela inquietude que o levou a se mover e consequentemente o fez crescer. Sim, a inquietude, os questionamentos sempre nos levam ao crescimento.

No que diz respeito à fé, também tenho o mesmo pensamento. Uma fé conformada, sedentária, quieta demais é uma crença que precisa de mais energia. O que levou os santos a serem quem foram ou mesmo o que continuam sendo, foi uma inquietude que não nos deixa sermos pessoas estáticas, mas sim uma gente que está sempre em um movimento de permanente mudança e desenvolvimento. Mesmo sendo pesadas, as dúvidas são aquilo que nos move. E como já disse, esse movimento gera o crescimento.

Falando de uma forma bem pessoal, eu estou no auge dos meus 21 anos, e sei bem o que é estar tendo que decidir minha vida. Mas sabe de uma coisa? É maravilhoso observar tudo o que já decidi antes e ver como realmente sou fruto daquilo que eu escolho da minha vida, ao mesmo tempo sinto a adrenalina do desafio de ser o protagonista de uma história que precisa ter um final feliz. Assim sou eu com a minha vida. Assim é você com a sua. E então? O que fazer com esse momento? Simplesmente ver o tempo passar e não se preocupar com o que se quer ser mesmo depois de grande ou realmente tomar as rédeas desta carruagem e tomar um rumo para si mesmo?

Perguntas, questionamentos, dúvidas, escolhas! Diante de nós está o sucesso e o fracasso, a morte e a vida. “Escolhe, pois, a vida!” (Deut 30, 19). Deus mesmo nos dá a chance de fazermos nossas escolhas. Ele, em sua onipotência, poderia decidir tudo por nós, mas não, Ele nos alfineta com a ponta aguda da inquietude para que possamos sair de um conformismo que não nos leva a nada e partirmos para um movimento que nos encaminha para o crescimento em todas as áreas: afetiva, intelectual, profissional, espiritual e pessoal. Vejamos o que Deus tem colocado à nossa frente e estejamos atentos àquilo que certamente será o melhor para nossa vida.


Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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