A vida de todo ser humano é baseada em decisões com resultados bons ou ruins. Devido à característica de seres ainda imperfeitos que somos, elas tendem mais para conseqüências ruins do que boas e é exatamente este o argumento principal de Livre (Wild), filme dirigido por Jean-Marc Vallée, do maravilhoso Clube de Compras Dallas. A história é baseada em eventos reais e no livro homônimo de Cheryl Strayed, interpretada por Reese Witherspoon (a eterna Legalmente Loira).
Cheryl é uma jovem recém-casada, se esforçando para conquistar um diploma universitário, enquanto trabalha como garçonete e sonha em ter um futuro diferente de sua mãe Bobbi (Laura Dern, A Culpa é das Estrelas). Do outro lado vemos uma tenra matriarca, finalmente livre de um ex-marido alcoólatra e violento, frequentando a mesma faculdade da primogênita, ainda protegendo o filho mais novo e feliz por finalmente ter as rédeas da própria vida.
Apesar das dificuldades diárias, a vida segue normalmente com mãe e filha apoiando-se mutuamente, quando uma tragédia arrebata o pequeno e frágil núcleo familiar e dá início ao declínio da protagonista.
A beleza deste longa reside, além das paisagens naturais, na maneira não linear no qual foi montado. Desde as primeiras cenas compreendemos que Cheryl se aventurará pela Trilha do Pacífico (Pacific Crest Trail ou PCT) sem nenhum preparo físico e mental. Sua única meta é tentar esquecer a dor vivida, a dependência química e a prostituição experimentada em um passado recente apresentado em flashbacks fragmentados. Com graça e sutileza, o texto apresenta o pior lado da história sem apelos emocionais que potencializam o drama.
Reese já havia provado ser mais que um rostinho bonito em comédias românticas, mas desta vez sua entrega merece especial atenção pela forma intensa e sem medos, desde as cenas de sexo aos momentos mais difíceis sofridos na trilha.
Ao longo de mais de 1.700 km, acompanhamos a jornada de redenção e aceitação de Cheryl. Sua luta era árdua e o renascimento pouco provável, entretanto o ser humano, desde que preenchido de força de vontade, pode e consegue ir muito além do que se acredita. Sim, é possível dar a volta por cima, se perdoar, encontrar paz naquilo que causa tormenta e evoluir como uma pessoa mais forte e centrada. Eis uma mensagem poderosíssima transmitida por esta poética obra.
Assista ao trailer oficial de Livre:
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