Meningite em foco: especialista esclarece dúvidas sobre vacinação e cuidados básicos

Após o falecimento de uma criança de seis anos diagnosticada com meningite, em Guaratinguetá, a cidade chegou ao terceiro caso da doença e preocupa munícipes.

A Secretária de Saúde, Maristela Macedo Siqueira revela se há motivos para alarde e esclarece algumas dúvidas.

“Tivemos alguns casos confirmados e esse é o segundo óbito. Não há relação nenhuma entre os casos, isso seria uma coisa que nos traria uma certa preocupação. Não há que a gente fala de um desvio da curva epidemiológica, que é um número de casos excessivos que possa caracterizar uma epidemia ou um surto. Todos os anos tem um número de casos notificados e casos confirmados de meningite, que a gente chama de sazonalidade da doença. A gente lamenta a morte de uma criança, isso é uma coisa que não cabe discussão, principalmente a dor dessa família, mas esses casos acontecem todos os anos.”

Sobre a orientação da Secretaria de Saúde para os pais com relação a doença, a Secretária destacou o bloqueio de meningite e a importância da vacinação.

“Bloqueio de meningite é medicamento. A gente levanta todos os contatos da criança e essas pessoas são medicadas. Não há nenhuma outra medida a ser tomada senão o bloqueio medicamentoso. Você não consegue ter a noção da onde essa criança foi contaminada, o que não justifica não mandar uma criança para a escola, porque você não sabe se ali foi o lugar de contaminação. A gente controla essa doença mantendo índice de vacinação satisfatória, que não é o caso da vacina da meningite. Então deve-se manter a carteira de vacina em dia, manter a cobertura municipal, estadual e nacional de vacina é fundamental para o controle deste agente etiológico.”

A Doutora Stela Zöllner, especialista em Saúde Pública da UNITAU, esclareceu algumas dúvidas sobre as vacinas e a importância da prevenção.

“A vacina meningocócica tipo C, é oferecida no primeiro ano de vida e reforçada após um ano de vida. A vacina pneumocócica 10 valente também é oferecida no primeiro ano de vida pelo SUS, em todo território nacional. Elas protegem contra a meningite pneumocócica, que é uma um tipo de meningite bacteriana que também é bastante agressiva. Então essas duas estão aí no SUS de graça. Para os adolescentes, o SUS oferece a vacina meningocócica ACWY. A rede particular oferece a vacina meningocócica do tipo b.”

Sobre as meningites virais, que não tem vacinas, a doutora apresentou outras medidas de prevenção.

“Existem as meningites virais são causadas por outros tipos de micro-organismos, outros tipos de micróbios, são os vírus. Essas nós não temos vacinas específicas para preveni-las. Logicamente a prevenção de todas as doenças transmissíveis é o cuidado com as crianças ao estarem em lugares públicos, carteira de vacina em dia, evitar aglomerações desnecessárias e se adoecer, levar ao serviço de saúde. O diagnóstico precoce faz com que a meningite tenha um sucesso maior de tratamento.”

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