"Há um DNA indígena na formação dos brasileiros", afirma Daniel Munduruku

No dia 9 de agosto é comemorado o Dia Internacional dos Povos Indígenas, data estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como forma de reconhecer a importância dos povos originários e a necessidade de políticas públicas de valorização e preservação. 

Dados divulgados esta semana pelo IBGE mostram que o Vale do Paraíba e Litoral Norte contam atualmente com uma população indígena de 3.184 pessoas. Ubatuba é a cidade com a maior população declarada indígena, com 643 moradores. 

O ativista e pós-doutor Daniel Munduruku, presidente do Instituto UKA, afirma ser essencial que o povo brasileiro comece a se perceber indígena.

"Isso não significa que com essa autodeclaração todos os brasileiros são efetivamente indígenas, mas é preciso saber que há uma raiz, há um DNA indígena também na formação da identidade brasileira. Assim, aquelas pessoas que se sentem mais pertencentes a um povo originário têm a oportunidade de se auto identificar como indígenas, porque isso muda não apenas a conceituação do que é ser indígena, mas também muda as práticas governamentais a serem efetivamente aplicadas para essa população”, explica.

Para ele, o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) ter modificado a pergunta no Censo sobre "você se considera indígena" trouxe aumento significativo dessa população, o que ocasiona o desenvolvimento de políticas públicas diferenciadas.

"Estatisticamente ter um número maior de pessoas autodeclaradas ou declaradas indígenas faz com que o Estado brasileiro seja cada vez mais obrigado a desenvolver políticas públicas diferenciadas para esses povos. Eu vejo com muito bons olhos esse aumento da população e também vejo como inclusive um aumento da consciência do povo brasileiro como um todo e mesmo do aumento da autoestima da população indígena".

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