Por André Somensari Em Notícias Atualizada em 07 JUN 2018 - 12H33

Via-Sacra reflete sobre a Mãe Natureza

Nunca se falou tanto sobre natureza; também nunca nos preocupamos tanto com ela como agora. Sentimos, no nosso dia a dia, o estrago que o homem fez ao degradá-la, explorando-a a seu bel-prazer. Mudanças climáticas bruscas e extinção de espécies animais são apenas alguns desses exemplos.


E a Igreja, sempre atenta ao que acontece na sociedade, também se posicionou sobre esse assunto. Papa Francisco, em 2015, lançou a encíclica papal Laudato Si (Louvado Sejas), em que o Santo Padre fala sobre o cuidado com a Casa Comum. A Campanha da Fraternidade da CNBB de 2017 também abordou esse assunto, com o tema Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida e o lema Cultivar e guardar a criação (Gn 2.15).

Inspirado por essas iniciativas, padre Ferdinando Mancilio, C.Ss.R., diretor dos periódicos 'Deus Conosco', lançou em 2017, pela Editora Santuário, o livro 'Via Sacra da Mãe Natureza', que traz a reflexão sobre a situação atual em que se encontra a natureza, como podemos fazer para melhorá-la, além de nos fazer rezar, relembrando a Via-crúcis:

Como e quando o senhor teve inspiração para criar essa via-sacra?
Padre Ferdinando Mancilio – Em julho de 2016, tivemos uma reunião com setor de liturgia da CNBB, um encontro que acontece todos os anos, em que é apresentado o tema da Campanha da Fraternidade (CF). Essa reunião é voltada para os periódicos litúrgicos da Editora Santuário e de outras editoras. A partir de outubro, passei a elaborar uma Via-sacra voltada para o tema proposto pela CF: os biomas.
Esse tema é muito importante e, ao mesmo tempo, muito difícil de ser tratado. Mas não podíamos perder essa oportunidade de refletir sobre o equilíbrio e defesa da vida. Diante de tantas ameaças à vida do ser humano e à natureza, pensei em elaborar uma Via-sacra de modo simples, exaltando a natureza criada por Deus como amor manifestado por Ele para nós.

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No livro é feito um paralelo entre a Via-Crúcis e a Mãe Natureza. Como foi essa relação?
Padre FerdinandoAo lembrar a Ressurreição de Jesus, bíblica e teologicamente, lembramos aquele que renova todas as coisas. Não há disparate nenhum em comparar a Via-crúcis com a natureza. Há uma integração entre as duas. É um aspecto mais novo, que não está absolutamente desassociado da vida de Cristo, pois a natureza é obra de Deus. Portanto é justo trazê-la para dentro dessa reflexão, por se tratar propriamente da vida.

A Laudato Si foi um inspirador para a elaboração desta publicação com essa temática?
Padre FerdinandoSim. Eu busquei exatamente na Laudato Si alguns pontos que trago como forma oracional no livro, principalmente, o cântico das criaturas, de São Francisco. Acho que o Papa Francisco coloca isso muito claro na sua encíclica e é algo muito próximo do povo. Mas é preciso refletir sobre ela, senão fica um canto belo, grande e bonito, mas São Francisco vai muito além. É preciso amar e respeitar a natureza. Tem uma relação profunda com a Laudato Si.

O livro se encerra com uma oração específica a Maria. Vemos que é necessário pedir à Mãe de Deus que sejamos mais cuidadosos com a natureza. Qual a relação de Nossa Senhora com a natureza?
Padre Ferdinando –Ela é Mãe de Jesus, o senhor do mundo e da história. Não há disparate nenhum em chamá-la de Senhora do Mundo, porque, de fato, ela é.
Outra dimensão que vejo, com muita clareza, é a figura da mulher, como cheia de ternura, dotada de Deus; e Maria transparece essa ternura, que é divina. Então, para cuidar da natureza é necessário ser terno. O agressor não tem ternura, ele busca benefício próprio. Na figura de Maria, além desse aspecto de ser a Mãe do Redentor, eu gostaria de ressaltar a ternura de Nossa Senhora pelo cuidado e zelo que devemos ter pela natureza.

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