Por Redação A12 Em Igreja

Líderes cristãos pedem intervenção baseada nas leis humanitárias no Iraque

O presidente da Conferência Episcopal do Iraque acredita que uma intervenção contra o Estado Islâmico baseada apenas em bombardeios aéreos “não é solução” para o conflito. Em entrevista publicada ontem, 17, pela Rádio Vaticano, dom Louis Sako chama a atenção das Nações Unidas para esta questão e recorda as “muitas” vidas inocentes que se poderão perder com as constantes ofensivas. 

Foto de: reprodução. 

Louis Raphael Sako

Dom Louis Raphael Sako. 

“Não se pode ir assim, bombardear, às cegas ... muitas pessoas vão morrer, pessoas que não estão com o Estado Islâmico! Devemos, portanto, procurar uma solução mais adequada e salvar as vidas daquelas pessoas, não destruir as infraestruturas, as casas”, alerta o presidente. 

Para o também patriarca da Igreja Caldeia Católica, “um mandato da ONU será muito importante”, assim como a mobilização dos “países árabes”.

“Eles conhecem a situação do Iraque, a sua cultura, a sua língua, e podem também negociar com os extremistas, sem fazerem guerra”, sustenta.

A posição de dom Louis Sako foi reforçada na última terça-feira, na sede das Nações Unidas em Genebra, na Suíça, com uma declaração conjunta dos líderes das Igrejas cristãs do Médio Oriente.

Os responsáveis das comunidades católicas e ortodoxas da região apelaram a uma intervenção “urgente” no Iraque, mas baseada nas “leis humanitárias internacionais”.

No texto, o grupo realçou que “o Estado Islâmico é uma ameaça não só para os cristãos ou outros grupos religiosos e étnicos mas também para toda a sociedade, no Médio Oriente, e restante comunidade internacional”.

 

“Se não for fortemente condenada e eficazmente destruída, então a ideologia dos extremistas vai pôr em causa todo o sistema de direitos humanos, abrindo um precedente perigoso de indiferença em relação ao dever de proteger os mais vulneráveis”, dom Louis.

“Se não for fortemente condenada e eficazmente destruída, então a ideologia dos extremistas vai pôr em causa todo o sistema de direitos humanos, abrindo um precedente perigoso de indiferença em relação ao dever de proteger os mais vulneráveis”, destaca a declaração. 

Entre a comitiva que seguiu para Genebra, a convite da Delegação Permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas, estiveram além de dom Louis Sako, o patriarca da Igreja Sírio-católica de Antioquia Ignatius Yonnan, e o arcebispo da Igreja ortodoxa síria de Mossul Nicodemus Daoud Sharaf, o metropolita de França e da Europa Ocidental e do Sul, Ignatius Alhoshi, da Igreja Greco-Ortodoxa, e arcebispo de Beirute, da Igreja Melquita Católica Cirilo Bustros.

Os líderes das Igrejas cristãs do Médio Oriente reforçaram que “os massacres e atrocidades que estão a ser cometidos pelo Estado Islâmico no Iraque e na Síria, e que permanecem ainda sem punição, constituem crimes contra a humanidade”.

Recordaram também que “os direitos dos cristãos, enquanto comunidade religiosa” no Iraque estão consagrados na “Declaração Universal dos Direitos Humanos” e que a sua “cidadania” tem de ser protegida.

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