Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Grão de Trigo Atualizada em 26 MAR 2019 - 13H14

A alegria do Evangelho ilumina a vida humana triste e sombria

Jesus e apóstolos

Se você quer mesmo ser cristão (ã) deve valorizar espiritualmente o descanso, a pausa do domingo! Desde o tempo dos apóstolos, o domingo foi introduzido no calendário cristão como sendo: o Dia! O dia por excelência, o maior da semana, o “dia eterno”. Revivemos nele o acontecimento fundamental do Evangelho: Jesus ressuscitou! Surgiu o “sol invicto”!

Quando era maior a influência da Igreja e da fé em Cristo na sociedade, era maior a alegria de viver no domingo. Havia mais paz e as pessoas eram mais unidas. Hoje, dominada por outras influências como o lazer, a diversão, os passeios, o “consumo do fim de semana”a sociedade acumula muitas trevas: violências, acidentes, tristezas do espírito. Parece que o dono de tudo é o dinheiro. Logo, há a competição, a ganância, a exploração, o pecado social! Há então um “déficit espiritual” e uma perda dos valores éticos e morais da convivência sadia. Caberá sempre a nós defender a vida espiritual no domingo. Salvá-la do materialismo com um esforço firme de conversão para Deus. Preservar a saúde do espírito. Procurar santificar o domingo já pela oração mais consciente, de modo pessoal e comunitário. Não há como imaginar cristão (ã) sem a vida de oração! Rezar é respirar com Deus a vida dele! Ora, a sucessão dos domingos no calendário da Igreja dá um ritmo à nossa oração. Um ritmo comunitário, criativo, unitivo e educativo. Aprendemos a centralizar nosso esforço de crescimento espiritual na Eucaristia que refaz nossa união fraterna. fraterna. O alimento dominical é principalmente a Palavra de Deus: esse pão restaura em nós a saúde espiritual, combalida talvez pelas preocupações materiais da semana. E a palavra ouvida, assimilada, interiorizada com amor, nos prepara e nos acolhe na mesa do Senhor. Aí revigora-nos o pão descido do céu: a carne e o sangue de Jesus na Eucaristia.

No calendário cristão, o “tempo comum” é composto por 34 domingos. Chegamos ao 3.º domingo comum.O Evangelho nas missas e no culto da Palavra fala do início da pregação de Jesus convocando seus primeiros seguidores. Leia:Mateus 4,12-23

Mateus enfoca as atividades iniciais de Jesus: onde começou, a quem ele se dirigiu em primeiro lugar e o que ele anunciava na pregação. Antes, Jesus soubera que João Batista tinha sido preso por Herodes e aí se retirou para a Galileia. Tirado de cena pelo mal afamado rei, a pregação do profetanão se interrompeu, pois Jesus o substituiu. A informação é como um marcodivisor entre a pregação de João e a de Jesus. Fecha-se o Antigo Testamento e abre-se o Novo. Mas, o bordão principal é o mesmo: “Convertei-vos porque chegou o Reino de Deus”

São Mateus informa o leitor cristão que a atividade de Jesus começou na Galileia. Por quê? É um dado catequético ou teológico.Mostra-nosa missão de Jesus em continuidade com o Antigo Testamento. Por isso, Mateus cita uma profecia de Isaías segundo a qual o Messias salvador começaria a agir a partir da Galileia. Jesuscumpria a predição do profeta...

Mas, o que teria a ver a Galileia no caso? Por que ali e não em outro lugar qualquer da Palestina? Porque a condição social daquela região e de seus habitantes era muito pobre. Portanto, ali a urgência da salvação gritava mais alto. A esperança, o desejo da vinda do Messias era mais forte. Onde há pobreza, abandono, injustiça social, o clamor por uma libertação sobe mais alto.Onde há trevas, deseja-se a Luz! A Galileia era de fato uma região desprezada, a periferia do País. Ali se misturavam judeus e pagãos. No passado, a região fora invadida e colonizada por assírios. Na região cruzavam-se muitas estradas trazendo viajantes e mercadorias de vários países. Uma terra de migrantes, gente sem vida estável.

Em Jerusalém, a capital, os habitantes da Galileia eram desprezados e olhados com preconceitos. Daí a citação de Mateus sobre Isaías. De modo poético Isaías descrevera a região como o palco da ação messiânica: “o povo andava nas trevas” “habitava uma terra sombria como a morte” “e suspirava por uma saída: uma Luz” (v.16). Chegou Jesus e ofereceu ao povo marginalizado a luz de uma vida digna, através do anúncio e vivência do Reino de Deus. O Reino chega pedindo mudanças radicais nos relacionamentos com os outros. É a proposta exigente da conversão de vida. É o novo caminho religioso que ilumina e nos aproxima da Luz de Deus

Mateus informa ainda sobre a convocação dos quatro primeiros discípulos de Jesus. São dois pares de irmãos: Simão e André; Tiago e João. São chamados no quadro da sua profissão: eram pescadores e estavam no trabalho. Largam tudo imediatamente: o trabalho e a família e se põem à disposição de Jesus. O episódio nos mostra como é urgente e como é sério assumir a vocação cristã acima de tudo na vida. Ser cristão é a principal tarefa do homem e da mulher convertidos no encontro com o Cristo-Luz! Comprometer-se realmente com Jesus e segui-lo, fazendo-se com ele “pescador de homens” (v.19). Ser pescador de homens quer dizer: empenhar-se em atrair os outros para o Evangelho.Mateus dá um resumo da prática messiânica de Jesus: ele ensinava nas sinagogas para as pessoas mais piedosas e ia atrás das outras por toda a Galileia. Falava das coisas do Reino de Deus e confirmava o que pregava com sinais visíveis: as curas dos doentes.

            Estamos no Ano Mariano: 300 anos do achado da imagem da Mãe Aparecida! Maria convivia com o Filho no lar e o acompanhava com seu carinho, solicitude e atenção materna constante. Estava sempre ligada ao que Ele dizia e fazia. É a primeira iluminada e, por isso, nossa iluminadora no caminho do discipulado hoje, nesse ano. Como diz, aliás, o bonito hino:“Nossa Senhora das milhões de luzes. Que o meu povo acende pra te louvar. Iluminada, iluminadora. Inspiradora de quem quer amar e andar com Jesus”. (Pe. Zezinho, SCJ).

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Carregando ...

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R., em Grão de Trigo

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.

Carregando ...