Por Allan Ribeiro Em Notícias

Exortação Amoris laetitia aborda segunda união

Foi publicada nesta sexta-feira (8) a Exortação Apostólica Amoris laetitia - A Alegria do Amor. O documento escrito por Papa Francisco traz uma perspectiva aberta que nutre não abstrações ou projeções ideais, mas focaliza-se na atenção pastoral à realidade de cada indivíduo.

O arcebispo de São Paulo (SP), cardeal dom Odilo Pedro Scherer, em coletiva de imprensa na 54ª AG, explicou que, com a Exortação, o Santo Padre quis apresentar o matrimônio e a família não a partir das exigências e dos problemas. O enfoque central se debruça no aspecto da alegria, da beleza e da felicidade propiciada pelo casamento. “Coisas pesadas vão existir. Mas, se olharmos só as coisas pesadas, o casamento e a família ficam esmagados, de baixo de um peso”, reforça o cardeal sublinhando o direcionamento dado pelo Pontífice ao documento.

Foto de: Allan Ribeiro/JS

Dom Odilo - Allan Ribeiro - JS

Dom Odilo Pedro Scherer: "Se olharmos só as coisas pesadas, o casamento e a família ficam esmagados, de baixo de um peso”

 

Outro assunto de destaque da Amoris laetitia diz respeito à comunhão para pessoas de segunda união ou pessoas que vivem juntas, mas não possuem o sacramento do matrimônio. Francisco não aponta restrições genéricas, do que se é permitido, mas pede que uma análise seja feita junto a cada caso. Para o Santo Padre, é preciso discernimento e um trabalho pastoral dos bispos e padres nesses casos, sobretudo, nos confessionários e na direção espiritual.

Segundo dom Odilo, o Papa coloca que essas questões devem ser envolvidas no contexto interno da Igreja, pois tratam-se de pessoas que querem participar da vida da Igreja. Por outro lado, o cardeal apresenta que Francisco também diz que são inúmeras as possibilidades dessas pessoas participarem da vida da Igreja e não se sentirem excluídas. “Claramente, ele [Papa] diz que essas pessoas não estão excomungadas. A Igreja não fala em excomunhão nesses casos. Existem muitas formas de comunhão na Igreja e também da participação na vida missionária e pastoral onde essas pessoas são estimuladas a participar”, afirma.

Além disso, fala-se também no documento do acompanhamento das pessoas abandonadas, separadas ou divorciadas e sublinha-se a importância da recente reforma dos procedimentos para o reconhecimento dos casos de nulidade matrimonial. Os textos referem-se ainda as situações dos matrimônios mistos e daqueles com disparidade de culto, e a situação das famílias que têm dentro de si pessoas com tendência homossexual, insistindo no respeito para com elas e na recusa de qualquer discriminação injusta e de todas das formas de agressão e violência.

A publicação acolhe os resultados dos últimos dois Sínodos dos Bispos sobre a família, ocorridos em 2014 e 2015, assim como citações anteriores de outros documentos papais. Amoris laetitia está dividida em nove capítulos e mais de 300 parágrafos.

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