Por João Antônio Johas Leão Em Espiritualidade Atualizada em 18 MAI 2018 - 10H16

Magnificat: encontro de amor

Se falamos que o amor derrete o coração, provavelmente entenderemos isso de uma forma um pouco melosa e novelesca. Santo Tomás, propõe uma outra forma de entender isso: “Uma pessoa que ama deve, portanto, afrouxar a cerca que o mantinha dentro dos seus próprios limites. Por essa razão se diz que o amor derrete o coração: O que está derretido já não está contido dentro de seus próprios limites, ao contrário do que ocorre no estado de dureza de coração”. Em seu Magnificat, Maria nos dá uma mostra de como um coração derretido se manifesta.

Mosaico Magnificat
“Minha alma engrandece o Senhor, exulta meu espírito em Deus, meu Salvador”!

Todos conhecemos a história. Maria recebe o anúncio do anjo de que seria a mãe do Salvador. Em um ímpeto de compartilhar essa alegria, sai apressada para a casa de sua prima Isabel, que também estava grávida e, à saudação da prima, Maria proclama seu louvor a Deus: “Minha alma engrandece o Senhor, exulta meu espírito em Deus, meu Salvador”!

 

Em seu Magnificat, Maria nos dá uma mostra de como um coração derretido se manifesta.

Bento XVI nos mostra que esse cântico tem dois movimentos. O primeiro deles é mais pessoal. A voz de Maria aparece elevando a Deus seus louvores. O coração se derrete, digamos, para cima, para o Senhor. Esse é um movimento que todos nós precisamos também fazer. A partir da constatação de que Deus nos ama pessoalmente (pequenos e humildes diante de sua grandeza infinita) e de que faz maravilhas também na minha vida, o coração é impelido a amar de volta.

No segundo movimento do Magnificat, Maria parece emprestar sua voz ao povo de Israel que lembra das coisas grandiosas que Deus fez em seu meio. O coração se derrete agora na horizontal, para os lados, para os irmãos na fé. O louvor a Deus não estaria completo se ficasse apenas no primeiro movimento porque o amor que descobrimos quer atingir a humanidade inteira e utiliza cada um de nós para isso. Nós estamos convidados a associar-nos a esse mesmo cântico de Maria, como parte da Igreja. Deus continua operando suas maravilhas em nosso meio e, por meio de nós, quer chegar a todos aqueles que ainda não o conhecem.

Os dois movimentos resumem a vida cristã. De fato, podemos entender também o Mgnificat como o ponto alto de uma história que começou lá com a queda dos nossos primeiros pais. Já naquele momento Deus prometeu que não nos deixaria na terra da dessemelhança, mas que nos salvaria. Toda a longa preparação do povo de Israel, passando por Abraão, pela escravidão no Egito, pelo exílio na Babilônia e pela entrada na terra prometida encontra na vinda de Jesus o seu ponto central. A imensa benção que isso significa, Maria procurou exclamar com seu canto, manifestando o seu coração derretido de amor a Deus e ao seu povo.

:: Complete a sua reflexão com a leitura do Magnificat no Evangelho. 

Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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