Por Leandro Villela de Azevedo Em Artigos

Ano de eleição ou de eleições?

É claro que um dos grandes focos que todos teremos nos próximos dias são as eleições no Brasil. Eleições não só presidenciais, mas para governador, senador e deputados. Mas ao voltar nossos olhos para nossas eleições, às vezes esquecemos que 2014 é um ano marcante por causa de várias outras eleições que também estão ocorrendo:

A Índia viveu esse ano “a maior eleição de todos os tempos” e não era exagero não. Nunca antes na história da humanidade houve eleições maiores. Eram 819 milhões de eleitores (mais que o quádruplo da população brasileira) mais de 1600 partidos políticos (lá existem partidos regionais criados apenas para disputar eleições municipais) e imagine que uma boa parte dos votos foi feito em cédula de papel, a equipe para contagem de votos é maior que a população de quase qualquer cidade do Brasil. Ainda sobre essa eleição, algo muito importante ocorreu nela. Narendra Modi, o primeiro ministro eleito, é abertamente ligado ao fundamentalismo hinduísta e já esteve sob investigação a respeito de várias atrocidades contra populações de outras religiões que não os hinduístas, chegando a pregar um estado nacionalista, religioso e excludente aos de outras religiões. Talvez seja uma época obscura para a história da Índia, país que tem se desenvolvido a largos passos nos últimos anos.

Nos Estados Unidos também têm eleições este ano. Eu sei que Obama foi reeleito apenas há dois anos. As eleições dos States agora são legislativas. Lá as eleições são divididas entre executivas (presidente, governador etc.) e legislativas (senadores, deputados – que eles chamam de representantes etc.), mas lembrando que o poder legislativo é a base de todo o governo, é onde as leis são feitas (ainda há quem ache que presidente faz leis). Se eleições legislativas já são importantes em qualquer lugar, nos Estados Unidos elas são ainda mais importantes. Isso porque no Brasil dezenas de partidos são eleitos, nos Estados Unidos apenas dois (Democratas e Republicanos) dominam a política toda. Atualmente há apenas duas pessoas, entre senadores e deputados, que não são de um desses dois partidos. Isso significa que se nas eleições legislativas um mesmo partido conseguir a maioria do senado e da câmara ele atingiria o poder supremo de ser o único que faria leis e que aprovaria todas as leis que quisesse em um período de quatro anos.

Uruguai – O famoso e controverso presidente Mojica, das sandálias e do fusquinha, aquele da legalização da maconha, sai do poder no fim do ano. Se ele conseguir eleger seu sucessor o Uruguai demonstra que as mudanças que fez não são apenas de uma figura cativadora, mas da postura de um país como todo.

Leandro Villela de Azevedo é professor de História, graduado pela Universidade de São Paulo (USP)

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Leandro Villela de Azevedo

Professor de História, graduado pela Universidade de São Paulo (USP)

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