Por Padre Pedro Cunha Em Artigos

Contas a pagar

Passou o tempo das grandes festas, das promoções espetaculares, dos décimos terceiros, dos abonos, dos presentes, dos amigos secretos. Aquilo que em dezembro parecia a melhor saída, agora é hora de verificar se realmente foi um bom negócio.

As promoções de dezembro diziam: compre agora e comece a pagar no ano que vem; compre agora e comece a pagar daqui a 60 ou 90 dias. Pois é, o tempo de pagar chegou. Com todos os ganhos extras já gastos em festas, presentes e agrados, agora se pergunta: como serão pagas essas prestações, essas contas lançadas para frente como solução para os tempos de festas?

O capitalismo e consumismo estimula o gasto amparado sempre em situações sentimentais que nos chamam atenção para o que sentimos: nosso amor à família, aos amigos, a nós mesmos. O problema é que no momento de pagar as contas o mesmo capitalismo esquece qualquer sentimento e se estabelece apenas a lei e a justiça.

Vivemos em um país em que se gasta muito, gasta-se independente de ter com o que pagar, poupa-se pouquíssimo e quase não se planeja nada. O imediatismo é a lei que mais impera na vida pessoal de inúmeras pessoas.

Estimuladas pelos apelos da mídia e do marketing comercial, as pessoas são levadas a adquirir o que não podem pagar, a um preço muitas vezes cem por cento maior, mas o fato de poder dividir em parcelas faz com que essas pessoas não se deem conta de que o preço a pagar é alto e muitas vezes o bem adquirido não era mesmo essencial, apenas se seguiu os apelos da propaganda e do consumismo sem consciência.

E agora quem é que vai pagar a conta?

O fato é que neste mês temos contas a pagar e como já foi gasto o dinheiro extra que se ganhou no final de ano, agora inicia-se a etapa do pensar e do estresse: como vou pagar tudo isso? O começo do ano é para muitas pessoas um tempo de aperto, pois, além de tudo, se esqueceram que precisavam pensar em gastos que são próprios deste tempo: IPVA, IPTU, seguros e outras contas mais. Quando não existe planejamento financeiro na vida pessoal temos de arcar com mais uma conta: a preocupação e o estresse que não tardam em chegar. E aí, essa conta quem vai pagar?

Padre Pedro Cunha é sacerdote da diocese de Lorena (SP), fundador das Aldeias de Vida, professor universitário e apresentador

Escrito por
padre pedro cunha (Gustavo Cabral/A12)
Padre Pedro Cunha

Sacerdote da diocese de Lorena (SP), fundador das Aldeias de Vida, professor universitário e reitor do Santuário Diocesano de Nossa Senhora da Santa Cabeça

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