“Moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza.” A música de Jorge Benjor é um primor para descrever o Brasil, terra de tantas belezas naturais, povo acolhedor, língua poética, riquezas que brotam do solo... mas nem tudo é perfeito. Temos nossos políticos, que deveriam ser responsáveis pelas soluções dos problemas, mas o que vemos é que eles são nossos principais dilemas.
Por vivermos num país tropical, somos acometidos por uma série de doenças que poderiam ser controladas pelas políticas públicas satisfatórias. Em 2013, por exemplo, a cidade de Cruzeiro (SP) sofreu, como nunca antes, uma epidemia que fugiu do controle por falta de critérios de gestão pública. Não havia agentes suficientes, sequer políticas de conscientização para livrar a população desse mal. 4.586 casos da doença foram diagnosticados e muitas mortes aconteceram. O Ministério Público, na ocasião, começou a investigar o caso e detectou que o problema foi político.
A dengue é uma doença transmitida pela fêmea do mosquito Aedes Aegypti. Apenas durante o dia, no ato da picada, o inseto, pela sua saliva, contamina o humano. A doença ocorre homem-Aedes Aegypti-homem. A fêmea, ao picar uma pessoa contaminada, mantém o vírus em si.
As cidades do Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo, estão de olhos abertos contra esse mal. Alguns casos já foram diagnosticados em Lorena (SP) e o Poder Público busca estratégias para sanar o problema pela raiz. Não é compreensível que as prefeituras não atentem para essa doença típica de países tropicais. Será que todos os anos precisamos lembrar aos prefeitos sobre a importância de se ter um plano real que proteja os cidadãos? É inadmissível que a população sofra com o descaso, e por que não dizer, incompetência de quem deveria gerir a máquina pública para o bem-estar.
Recorremos mais uma vez à ciência. Hoje, cientistas já criaram um mosquito geneticamente modificado. Apenas os machos são soltos no ambiente e, ao cruzarem com as fêmeas, os filhotes não vingam. Em cidades como Juazeiro, na Bahia, a redução chegou a 79%. Já que a política não resolve, pedimos socorro, mais uma vez, à ciência.
A população também precisa fazer sua parte. Muitas vezes, o foco da dengue está nos quintais, nas caixas d’água abertas e no acúmulo de lixo. Não se deve pensar que o mal só acontece no vizinho. Somos responsáveis pela cobrança de nossos políticos, mas, antes de tudo, precisamos ter a responsabilidade de gerenciar o que está ao nosso alcance.
A dengue mata e nós todos somos responsáveis pelo bem comum. É preciso que todos unamos nossas forças para cobrar e, também, agir quando necessário. É época de nos proteger. Cuidado! O mosquito está aí.
Miguel Júnior é mestre em Linguística, jornalista e professor universitário
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