Por Miguel Júnior Em Artigos

História em quadrinhos

O homem sempre buscou formas de registrar sua história. Desde a Idade das Pedras desenhava nas cavernas seus anseios para que pudesse obter mais sucesso na caça. Assim, mesmo nos primórdios da humanidade, já se podia observar uma sequência de fatos no decorrer dessa arte rupestre.

Os desenhos nas janelas e paredes das igrejas também podem ser considerados ancestrais das histórias em quadrinhos. Eles apresentam um enredo linear, como a “Paixão de Cristo”, por exemplo. O imperador romano Trajano mandou construir colunas nas quais havia desenhos de suas batalhas. Contava e registrava, dessa forma, seus feitos para o próprio povo e para a prosperidade.

No entanto, a primeira História em Quadrinhos (HQ) que se tem notícia foi criada pelo professor suíço Rodolphe Töpffer, em 1827, inspirado em gravuras de um artista inglês chamado William Hogarth. Todavia, a consagração das HQs aconteceu em Nova York, em 1895, com a publicação de Yellow Kid, de Richard Outcault. Já nas gravuras apareciam os diálogos nos balões e a sequência narrativa que temos hoje. No seu início, eles foram publicados em jornais e, quando se percebeu a importância e o poder mercadológico delas, foram criadas revistas especializadas.

A novidade se espalhou. Japão e Europa interessaram-se e mostraram-se receptivos a essa ideia. A estética foi toda reformulada em perspectivas por Winsor McCay, em 1905, no trabalho Little Nemo in the Slumberland. Na década de 30, houve um crescimento fenomenal. Apareceram “Gato Félix”, “Mickey Mouse”, “Tintin”, “Betty Boop”, “Flash Gordon”, “Dick Trace”, “Batman” entre outros.

No período da Segunda Guerra Mundial, os heróis surgiram: “Capitão Marvel”, “Tocha Humana”, “Namor” e toda uma legião preocupada com a justiça. Eis que o gênio Stan Lee e seu companheiro Jack Kirby criam o “Capitão América”. Inspirado na bandeira americana, regava os ideais democráticos e a liberdade por onde passava. Nessa época áurea, foi lançado, também, “The Spirit”, que, de tão importante, o maior prêmio de HQs no mundo tem o nome de seu criador: “Will Eisner”.

Décadas depois, sem a tutela dos jornais, as HQs tornaram-se violentas demais, fugindo do controle da moralidade. Houve um declínio considerável. Prevendo o fracasso, na década de 60, houve uma recuperação dos heróis. Com menos violência, Lee e Kirby criaram o “Homem-aranha”, “Quarteto Fantástico”, “Thor – o deus do trovão” e o “Surfista Prateado”.

Com o mercado atual, as HQs ganharam vida nas telas dos cinemas batendo recordes de bilheteria. Por exemplo, “Os Vingadores”, de 2012, alcançou o terceiro lugar na história de arrecadação, chegando à casa de R$ 1,5 bilhão.

Na história das HQs, não podemos deixar de citar Frank Miller, Alan Moore, Dan Jurgens, Neil Gaiman, John Byrne, Grant Morrison, Kelley Jones, Mark Waid, Jim Lee, Jeph Loeb entre outros, grandes roteiristas e desenhistas.

Hoje, duas editoras tornaram-se peças-chave na produção e arrecadação: Marvel e a DC Comics, detentoras dos principais personagens. Hoje, a primeira teve seus direitos adquiridos pela Disney. Quando houve essa compra, as ações desta caíram muito devido à estagnação nas vendas. Talvez com a visão de futuro, hoje, com a ajuda do cinema, arrecada bilhões de dólares.

As HQs são fruto da imaginação humana que, de uma forma didática (imagem e texto), expõem ideologias, marketing, economia... espelhamo-nos nos heróis e vilões. Identificamo-nos com histórias e personagens. Esse gênero textual é de suma importância para se estudar a essência humana no decorrer da sua história. Vale a pena!

Miguel Júnior é mestre em Linguística, jornalista e professor universitário

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Miguel Júnior
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