Por Miguel Júnior Em Artigos

Ingratidão e deslealdade

O ser humano é ingrato e desleal por natureza. Sei que essa tese criará polêmica, mas podemos refletir sobre os métodos de ação dos indivíduos perante as reais necessidades de cada um. Todos dizem que nunca pisariam em alguém... até que os próprios interesses surjam. Vejamos a história:

Todas as vezes em que os Estados Unidos invadiram o Oriente Médio, mesmo quando bombardearam o Afeganistão pós-ataques de 11 de setembro de 2001, o interesse maior sempre foi o petróleo. O marketing de que a ideologia da democracia e liberdade deveria ser pregada naquela região é balela. A “democracia” é apenas um pano de fundo para que o exército cumpra sua missão.

Alexandre Dumas disse: “Há favores tão grandes que só podem ser pagos com a ingratidão”; Miguel de Cervantes: “A ingratidão é filha da soberba”; Alexandre Herculano: “A ingratidão é o pior de todos os pecados”; Machado de Assis: “A ingratidão é um direito do qual não se deve fazer uso”.

Sobre deslealdade: Fernando Sabino: “Infidelidade é como apanhar seu sócio roubando dinheiro do caixa”; Gimli: “Desleal é aquele que despede quando a estrada escurece”; Brigitte Bardot: “Pior que ser desleal é ser leal sem o querer”.

Encaro a ingratidão e a deslealdade como punhaladas nas costas. Mais duro ainda é perceber que pessoas que nunca teriam motivos para agirem assim o façam ou por ato inconsequente ou mesmo por interesse em algo que julga ser maior do que a própria dignidade.

A humanidade está cada vez mais fria; não pensa no próximo. Até nas promessas pessoais notamos o individualismo. Para conquistar alguma coisa, promete-se “não beber refrigerante”, “não comer chocolate”, “não assistir à televisão”, mas dificilmente vemos a caridade. Por que não prometer ajudar o próximo?

Até no meio educacional, que deveria dar o exemplo, podemos notar pessoas que não se importam em ferir outras para conquistar seus objetivos. Um meio do qual deveriam partir todos os exemplos bons reflete personalidades más, que tecem ardis para interromper o crescimento do outro e acelerar o próprio. Estamos cercados de pessoas de má índole, que usam da deslealdade e ingratidão em benefício próprio. Lamentável! O ser humano tornou-se algo material, um objeto.

Tento seguir sempre o exemplo do meu avô materno, que faleceu logo quando eu tinha três anos de vida. Antes de partir, ele deixou o ensinamento: “faça por merecer tudo o que conquistar”. Pessoa simples, charreteiro, vida bem modesta, deixou comigo essa frase que carrego no coração e a complemento sempre com outra: “Tudo que não é meu não cabe no meu bolso”.

 

Miguel Júnior é mestre em Linguística, jornalista e professor universitário

Escrito por
Miguel Júnior
Miguel Júnior

Mestre em Linguística, jornalista e professor universitário

1 Comentário

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Carregando ...

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Jornal Santuário, em Artigos

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.

Carregando ...