Estamos entrando no Ano Santo da Misericórdia, que se estenderá até a Solenidade de Cristo Rei de 2016. O Ano Santo oferece a simbologia das portas santas, a concessão de indulgências, inúmeras celebrações etc. Mas o que realmente importa é a atitude de misericórdia de corações que tenham compaixão, de olhares que sintam piedade e de mãos postas que supliquem perdão.
O Papa Francisco tem consciência da situação de violência no mundo, de injustiças e corrupções, de sofrimentos impostos a tantos seres humanos e das tentativas de solucionar todos os problemas com retaliações ainda mais violentas, com vinganças, com fanatismos etc. Como profeta de Deus, ele tem certeza de que existe apenas um caminho de saída para a humanidade: a atitude de misericórdia de um pelo outro. Em sua Bula “O rosto da misericórdia”, ele parte desta síntese da nossa fé cristã: “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai.” O Ano Santo será uma imensa súplica de toda a Igreja, no mundo todo, para que Jesus derrame novamente a graça da sua misericórdia sobre toda a humanidade e assim tenhamos a força de ser também misericordiosos. Diz o Papa: “Quanto desejo que os anos futuros sejam permeados de misericórdia para ir ao encontro de todas as pessoas levando-lhes a bondade e a ternura de Deus!”
A onipotência do nosso Deus está na sua misericórdia: “eterna é a sua misericórdia!” (Sl 136). E ele a demonstra generosamente pela sua presença na história da salvação e de modo especial pela vinda de seu Filho no meio de nós. Jesus, em suas palavras, em seus gestos e em seus olhares sempre demonstrou compaixão pelo povo e por todas as pessoas com quem se encontrava. Sua Igreja não tem razão de ser senão como instrumento de misericórdia dentro da história humana. Enquanto a experiência do perdão vai rareando em nossa cultura, “chegou de novo para a Igreja o tempo de assumir o anúncio jubiloso do perdão. É tempo de regressar ao essencial, para cuidar das fraquezas e das dificuldades dos nossos irmãos”.
É tempo de renunciar à imagem de um Deus todo poderoso, que alimenta a sede de poder entre os homens, para proclamar um Deus todo misericordioso, de quem dependemos para conviver em paz e para sermos salvos. Por isso, o grande lema deste Ano Santo será: “Misericordiosos como o Pai”. Quem pretende passar pela Porta Santa da Misericórdia deverá fazê-lo com a disposição de deixar para trás um coração que ainda traz dentro de si desde ódios e vinganças até mágoas e feridas, para sair do outro lado totalmente curado pela misericórdia para tornar-se misericordioso.
Finalmente, o Papa nos convoca para que sejamos todos “Missionários da Misericórdia”. Que possamos abrir uma Porta Santa da Misericórdia dentro de nossos corações e que ela nos mantenha unidos para sempre aos Corações misericordiosos de Jesus e de Maria!
Padre Ulysses da Silva, C.Ss.R., é missionário redentorista e atua nos trabalhos pastorais do Santuário Nacional de Aparecida
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