Hoje, como em todos os tempos, vive-se em busca de pessoas que sejam confiáveis, compreensivas e acima de tudo capazes de ouvir os desabafos e os segredos da vida.
A necessidade de falar de problemas, de partilhar sentimentos, de conversar sobre as mais diversas preocupações e até de contar segredos escondidos, sempre esteve presente na vida das pessoas.
Num primeiro momento, a partilha se encaminha na direção daquilo que somos, sentimos e pensamos, por isso quem deseja partilhar de verdade precisa fazer a experiência do despojamento, ou seja, deixar que aquilo que for partilhado seja um despojar-se de si, seja um entregar-se ao outro.
Partilhar é dar um presente ao outro, um presente precioso, e tanto mais precioso será quanto mais íntimo for aquilo que se partilha.
Mas, embora todos sintam a necessidade de partilhar, parece que igualmente todos sentem medo. E o primeiro medo é o de abrir-se, pois partilhar exige que a pessoa abra a porta ou ao menos janela de sua vida e permita que o outro chegue, entre e passe a ter contato com seus tesouros mais preciosos ou com o seu lixo mais desprezível. Este medo gera outros medos, o de não ser entendido, compreendido naquilo que é, que vive, que sente ou pensa, o medo de ser julgado ou ainda de ter seu tesouro ou seu lixo exposto ao mundo ou a alguém, e também o medo de que brinquem, façam piadas ou ainda usem deste tesouro ou lixo para tirar proveito desta ou daquela realidade partilhada.
Por isso, quando se recebe o privilégio de uma partilha, recebe-se também a responsabilidade de acolher em profundidade, guardar num lugar especial dentro de si, e jamais julgar aquele que lhe entregou tamanho presente. É preciso sentir-se honrado em ter recebido tamanho tesouro. Guardar este tesouro em lugar seguro é nossa divina missão.
Padre Pedro Cunha é sacerdote da diocese de Lorena (SP), fundador das Aldeias de Vida, professor universitário e apresentador
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