Uma foto edificante do Papa Francisco, quando visitou Aparecida, foi o modo carinhoso como acalentou em seus braços a imagem original de Nossa Senhora Aparecida, como se estivesse embalando uma criança, olhando para ela com muita ternura.
Naquela ocasião, ele afirmou: “A Igreja, quando busca Cristo, bate sempre à casa da Mãe e pede: ‘Mostrai-nos Jesus’. É de Maria que se aprende o verdadeiro discipulado”. Papa Francisco jamais distancia a missão de Maria da missão do seu Filho. Por isso, a autêntica devoção a Maria conduz sempre a Jesus: “Viemos bater à porta da casa de Maria. Ela abriu-nos, fez-nos entrar e nos aponta o seu Filho. Agora Ela nos pede: ‘Fazei o que Ele vos disser’ (Jo 2,5). Sim, Mãe nossa, comprometemo-nos a fazer o que Jesus nos disser! E o faremos com esperança, confiantes nas surpresas de Deus e cheios de alegria”.
Além dessa união necessária entre Maria e Jesus, há outra relação importante entre Maria e a Igreja, de tal modo que o católico que venera de verdade Maria, participa com alegria da Igreja. Eis o que diz o Papa Francisco: “Um cristão sem Maria está órfão. Também um cristão sem a Igreja é um órfão. Um cristão precisa destas duas mulheres, duas mulheres mães, duas mulheres virgens: a Igreja e a Mãe de Deus”.
A festa de Nossa Senhora Aparecida e todas as suas festas realmente agradam o coração de Maria na medida em que reforçam os laços de união e de participação entre o católico e Jesus, e entre o católico e a Igreja.
Essas duas relações de Nossa Senhora com Jesus e com a Igreja fazem com que Ela, desde o mandato que recebeu de seu Filho aos pés da cruz de ser a nossa Mãe, transformasse-se na primeira grande Missionária de seu Filho. Diz o Papa: “Ela é a missionária que se aproxima de nós, para nos acompanhar ao longo da vida, abrindo os corações à fé com o seu afeto materno... Sempre que olhamos para Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afeto”.
Longe de ficar sentada num trono de glória, Nossa Senhora tem se manifestado ao longo da história, convocando pessoas simples, como os 3 pescadores de Aparecida, o índio São João Diego, no México, Santa Maria Bernadete na França e os 3 pastorzinhos em Portugal, para serem protagonistas da evangelização.
Maria e Jesus, Maria e a Igreja, Maria e a Missão, eis os binômios que autentificam nosso amor à Mãe de Jesus e nossa Mãe querida.
Padre Ulysses da Silva, C.Ss.R., é missionário redentorista e reitor do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Recife (PE)
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