Por Irmão Diego Joaquim, C.Ss.R. - Jornal Santuário Em Artigos

Pela vida e justiça social

Um dos fundadores da Comissão Pastoral da Terra (CPT), dom Tomás Balduíno, foi uma referência na luta pela reforma agrária e os direitos dos povos indígenas. Falecido em 2014, completaria este ano 92 anos de vida, e ainda inspira a atuação de tantos que perseveram no desafio de promover verdadeira justiça social.

Em uma entrevista ao Portal da Unisinos, ele falou de sua vocação. “Desde menino eu já tinha vontade de ser padre”, respondeu ao ser perguntado sobre sua opção de vida, mas também sobre o rumo para onde esta escolha o levou, a missão indigenista, a pedido dos seus superiores. “Fui procurado pelos lavradores que estavam sendo pressionados pelos proprietários da terra no estado do Pará, e acabei me envolvendo com esse mundo.”

Para dom Tomás, esse envolvimento pastoral fazia parte de uma nova postura da Igreja na época, que reconhecia a atuação dos trabalhadores rurais e dos direitos dos povos indígenas. Por isso, a CPT surgiu para realizar um trabalho que ele definiu como samaritano. “Ela se inclinou diante do caído. Mas ela não criou uma instituição para recolher aquele caído e outros caídos; levantou-o e no dia seguinte aquele caído já podia levantar outro caído.” Isso porque a atuação da Pastoral consistia em priorizar a luta constitucional à função social da terra. “Isso não era muito bem aceito, nem dentro da Igreja nem dentro da sociedade.”

Atualmente, a Comissão Pastoral da Terra atua em três eixos: a dignidade humana, a água e a terra No primeiro eixo, estão os direitos humanos, os direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais. O eixo da água foi definido a partir dos desafios da seca, da degradação dos mananciais, dos projetos econômicos que prejudicam os cursos d’água. A Comissão procura tornar a questão mais conhecida e engajar cada vez mais a sociedade em torno da questão da água como um bem público. O terceiro eixo é o da terra, que busca mostrar que ela existe para o trabalho e vida das pessoas, e não para ser reserva de valor e geradora de lucros.

A sociedade só compreende bem a atuação de uma pastoral como a CPT, quando passar a entender que não se trata de uma luta por um bem material, mas sim uma ação que visa a promover a vida e a justiça social.

Irmão Diego Joaquim, C.Ss.R., é missionário redentorista, jornalista e diretor de conteúdo da Rede Pai Eterno de Comunicação

Escrito por:
Irmão Diego Joaquim, C.Ss.R.
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Missionário Redentorista da Província de Goiás

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