Por Pe. Evaldo César de Souza, C.Ss.R. - Jornal Santuário Em Artigos

Perdendo a esperança

Talvez seja providencial o termo “estarrecido” para ilustrar como o povo brasileiro se sente diante as cotidianas revelações de corrupção e descaso político que assistimos por meio da mídia. Na república brasileira, se é que um dia houve, já não existe espaço para confiança na idoneidade dos homens e mulheres públicos. É lobo engolindo lobo, e o povo, completamente alheio, segue amargando na boca o pão que o diabo amassou. Triste cenário em que não é mais possível separar heróis e bandidos.

A desventura do Planalto, com as ações arbitrárias e fisiologistas de Dilma Rousseff, e do seu Partido dos Trabalhadores, segue em ritmo acelerado. Nem mesmo as mudanças no corpo ministerial, que deveria ter dado algum fôlego ao claudicante governo, conseguiu arrefecer os ânimos em Brasília. Dilma está cada dia mais sozinha e o seu governo, desarticulado e enfraquecido. Assistimos inclusive, dias atrás, a reprovação das contas do governo pelo Tribunal de Contas da União, fato inédito desde o Getúlio Vargas. As variações do dólar, a inflação, e as dificuldades de crédito são termômetros que o povo usa para perceber o quão triste é o momento pelo qual passa o Brasil.

Nessa roda viva de arbitrariedades, eis que vem à tona, como se já não esperássemos, as supostas artimanhas financeiras do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Citado pelo menos cinco vezes no processo do Petrolão, o peemedebista agora amarga a revelação de contas secretas, e milionárias, na Suíça. A voz que vociferava contra a impureza do governo petista vê-se agora sufocada pelas denúncias de corrupção. No fim, partidos políticos, sejam de direita ou de esquerda, se mostram igualmente incapazes de conduzir o país sem que haja alguma vantagem pessoal. Quanto estamos longe da democracia!

Como dizia um articulista político dias atrás, o Brasil enfrenta a pior crise desde sua redemocratização nos anos 1980. Nem mesmo o frágil governo de Fernando Collor ostentou tanta sujeira como a que vemos escorrer pelos corredores dos poderes constituídos em Brasília. Estamos sem rumo, sem líderes, sem ideias novas, e se a situação não chegar logo a um bom termo, corremos o risco de perder a última coisa que ainda nos resta – a esperança!

Padre Evaldo César de Souza é diretor de produção/operação da TV Aparecida

Escrito por:
Padre Evaldo César Souza, C.Ss.R, diretoria da Fundação Nossa Senhora Aparecida (FNSA) (TV Aparecida)
Pe. Evaldo César de Souza, C.Ss.R. - Jornal Santuário

Jornalista e missionário redentorista

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