Por Miguel Júnior Em Artigos

Sete pecados

Esse mundo está cada vez mais esquisito. Quanto mais tentamos interpretá-lo, mais confusos nos tornamos. Os valores humanos estão totalmente revirados. Cultua-se o que há de mais podre, critica-se o indiscutível e importa-se com princípios que deveriam ser encarados como irrelevantes. Os sete pecados capitais podem nos dar uma ideia do que ocorre.

Ira: as relações político-religiosas hoje, em algumas regiões do planeta, são confundidas com a morte. O Estado Islâmico é o maior exemplo de fanatismo que corrói até os corações mais frios. Executar por justiça divina é um absurdo nos tempos modernos. As guerras são o ponto de apoio para se estabelecer a paz. Uma antítese que pode até ser considerada um paradoxo.

Soberba: as divisões de classes entre ricos e pobres ferem os princípios morais e éticos de uma sociedade. O papel impresso chamado dinheiro torna homens deuses em seus próprios altares, como se o orgulho do material fosse um dom para a existência terrena. Muito dinheiro pode tornar as pessoas preguiçosas de espírito.

Luxúria: o sexo está em todas as mídias. As músicas, inclusive com crianças cantando, incentivam uma prática tão linda entre duas pessoas que não deveria ser tão ridicularizada e exposta massivamente. Sexo, hoje, é banal.

Gula: ninguém recusa o abuso de se reunir nos finais de semana e encher a cara. Não julgo ninguém por isso, mas muitas vezes tal ato pode prejudicar uma família inteira pela codependência, já que muitos não conseguem segurar a barra e caem no alcoolismo.

Inveja: não há um ser humano nesse planeta que não sentiu inveja. Todos sentimos. Há dois tipos: a inveja que busca prejudicar o outro e a que apenas nos motiva a ter um bem que outra pessoa já tem. O consumismo nos levou a desejar muitas coisas e a mídia incentiva a termos tudo, até o que não precisamos. Quem compra primeiro é invejado.

Avareza: muitos de nós temos mais do que precisamos para viver. A caridade é fundamental. A mão direita não precisa saber o que a esquerda faz e vice-versa. Quem ajuda não declara; faz isso sem pretensões. Viver para a caridade deveria ser o lema de todas as pessoas.

Vaidade: a busca por corpos perfeitos, ou os chamados padrões de beleza, leva pessoas ao fanatismo de destruir o próprio corpo com anabolizantes e, assim, acreditarem que estão no topo dessa tal estética padronizada. As academias estão cheias desse público que aumenta os músculos, mas atrofia o cérebro.

Não quero julgar nada nem ninguém nesse texto. Apenas tento interpretar, superficialmente, fatos que acontecem hoje em dia. É preciso reflexão. A sociedade está cada vez mais definhada por valores que fogem totalmente da ética e da humanidade, no mais estrito sentido da palavra. Ser sincero, por exemplo, pode prejudicar; não concordar com erros grotescos de outras pessoas podem “queimar o nosso filme”. Mas continuo acreditando que a honestidade e a sinceridade são pontos fortes para que um legado iluminado possa surgir, mesmo que seja num futuro distante. É preciso ter cuidado com algumas pessoas que nos cercam. Os céus as enviam para nos testarem e, assim, provarmos que somos fortes para enfrentar qualquer desafio.

Miguel Júnior é mestre em Linguística, jornalista e professor universitário

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Miguel Júnior
Miguel Júnior

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