Por Miguel Júnior Em Artigos

Todos são iguais perante a lei?

A política brasileira tornou-se uma grande babaquice. Não vemos mais interesses comuns. Pelo contrário. O poder dominou todos os setores e notamos apenas interesses pessoais. Cada um quer fazer o seu “pé de meia” e deixar a família bem de vida.

Padre Antônio Vieira já dizia no século XVII alertava ao povo sobre as consequências da corrupção. Atente-se! SÉCULO XXVII. Em 1655, proferiu o sermão intitulado “Sermão do Bom Ladrão”, na Igreja da Misericórdia de Lisboa, perante Dom João IV e toda a sua corte.

“Navegava Alexandre em uma poderosa armada pelo mar Eritreu a conquistar a Índia; e como fosse trazido à sua presença um pirata, que por ali andava roubando os pescadores, repreendeu-o muito Alexandre de andar em tão mau ofício: porém ele, que não era medroso nem lerdo, respondeu assim: Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador?”

A última frase diz muito bem o que se reflete na sociedade atual. Os que roubam pouco são bandidos, os que roubam muito são líderes, gestores, “imperadores”. Não é possível que não se cale essa mania do brasileiro de dar jeitinho em tudo. Tal jeitinho que desde a década de 1970 transformou-se num verdadeiro mantra da nação.

Há o malandro carioca, o amigo do gerente do banco que usa esse artifício para furar filas, os poderosos que dão “carteiradas” e até uma arquiteta já enfrentou policiais, ofendendo-os apenas por que eles suspeitaram do carro. Foi autuada por desacato.

O problema está tão arraigado no Brasil que a primeira coisa que os portugueses fizeram ao chegar por aqui foi subornar os índios com espelhinhos e adereços para serem aceitos. Péssima hora para aceitar os regalos. Os silvícolas foram tomados como escravos e foram dizimados com o passar dos anos.

No mesmo caminho, recebemos bandeirantes – que tiveram um papel fundamental na descoberta de novas terras, ouro e outras preciosidades - que não se eximiam de matar quem atravessasse suas rotas. Sem comentar dos piratas, traficantes de escravos etc.

Vivemos, hoje, uma crise política, pois a gordurinha da carne acabou. Ficou o miolo, que já, já vai escorregar pela garganta dos farfalhões que repudiam a moral e a dignidade da parte trabalhadora do povo brasileiro, que não depende de favores pessoais. Isso vai mudar? Creio que não, pois “não é com vinagre que se apanha mosca”.

Miguel Júnior é mestre em Linguística, jornalista e professor universitário

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Miguel Júnior
Miguel Júnior

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