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Crise do país contempla política, economia, justiça e moral

Não está fácil para ninguém. Já faz tempo que no Brasil não se via tão expressivos números sobre a inflação, tão altos índices de desemprego, tão pouco crescimento e tamanho desânimo da população. A atual crise no país perpassa os campos políticos, morais e sociais e reflete a consequência que é a de atingir praticamente todos os setores.

Foto de: Arquivo Pessoal

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Marcelo Souza é coaching e consultor
financeiro e empresarial do Planoo

Na opinião do coaching e consultor financeiro, Marcelo Souza, crises se caracterizam a partir do momento em que nada mais cresce, isto é, não há desenvolvimento e com isso seus desdobramentos são de não facilitar o crescimento do país, estar estacionado. “A crise está impactando todos, mas os setores industriais, aqueles que consomem em moedas estrangeiras, são os que mais sentem e por este fato também repassam a crise econômica para seus consumidores”, destaca

Segundo Souza, no meio político, econômico, criminal e moral a crise tem sua parcela de culpa, pois na política está havendo certo desconforto entre os partidos e se acontece alguma intervenção nos avanços para sair do buraco os partidos que não estão aliados a essas intervenções barram todo tipo de ajuste ou crescimento que o setor econômico poderia receber. “Enquanto se tenta achar um jeito para reestruturar a economia, muitos partidos estão mais preocupados em não aceitar o que propõem outros e isso gera mais e mais crises entre partidos, afetando diretamente a economia do país”, opina.

Outro aspecto importante é a corrupção que traz discórdia entre os partidos e uma descrença principalmente entre os investidores. “Enquanto o Brasil estiver sendo visualizado como o país do desvio, do superfaturamento e corrupção, nós não avançaremos. Os setores da indústria que importam produtos em moedas estrangeiras estão cada vez mais decadentes e muitos fecharam suas fábricas”, mostra.

Também agrava ainda mais a situação os altos índices de criminalidade e a falta de segurança, que impactam diretamente no crescimento e desenvolvimento do país. Marcelo destaca que o Brasil passou por transformações políticas importantes nos últimos anos, desenvolveu-se e deu oportunidade de crescimento para empreendedores pequenos e médios, porém esses não tinham experiência em crises econômicas, e a falta dessa experiência talvez esteja sendo refletida agora, tanto que muitos desistiram de manter suas empresas. “As instituições são as mais afetadas, o alargamento da crise política reflete diretamente numa crise econômica. Se não houver uma saída para driblar os altos juros, impostos e uma reforma no ICMS, o impacto é sentido pelas instituições e elas ficam sem nenhuma alternativa.”

Paralisia e incertezas

Souza afirma que as crises políticas podem causar paralisia decisória no governo e no Congresso. “Enquanto não julgar todos os envolvidos da Lava Jato, as contas da presidente não forem aprovadas, pode ter certeza que o Brasil será visto como um país de incertezas e isso refletirá tragicamente em nossa economia. Alguns economistas acreditam que esta crise se perpetue até em mais três anos, se isso for correto, ainda passaremos por coisas piores.”

Ele analisa também o desempenho do judiciário, da imprensa e dos mercados nesse período de crise. “Analiso como necessário. Em relação a imprensa também vejo que ela é uma ajudante da sociedade, mas precisa ser imparcial sobre o que acontece no setor da política. O mercado anda de acordo com o que se decide dentro do congresso e as várias especulações, se não há estabilidade, a economia dança conforme a música.

Escândalos de corrupção e impeachment

Os escândalos de corrupção atormentam tanto os partidos quanto a sociedade. Na explicação de Marcelo não há diálogo em parte alguma, os partidos estão em combate e a luta é para salvarem as próprias cabeças, pois já não existe uma liderança, e essa discordância só resulta em desequilíbrio. “O enfrentamento para combater a crise precisa ser feito entre os partidos e isso não está acontecendo.”

Souza não acredita em impeachment de Dilma, pois, para ele, isso é mais um contraposto da oposição. “A oposição precisa aceitar a derrota obtida nas urnas e lutar para o desenvolvimento do país. A solução para que o país caminhe é tentar balancear a economia, trazer mais investimentos e acabar com a corrupção”, opina.

Perspectivas

Mesmo diante de um cenário que não é o ideal, o especialista reflete e aconselha que se deve ter boas perspectivas, buscando desenvolvimento e espaço para crescer. “Somos nós que escolhemos os políticos que nos representam em cada segmento destinado, se escolhemos um que não foi como planejamos, temos novas campanhas e um novo candidato para escolher. A questão é que os partidos políticos estão como sanguessugas, querem uma fatia do bolo sem precisar se esforçar.

O que se aprende com uma crise?

Na reflexão de Marcelo Souza, com a crise se aprende a estar preparado para eventuais problemas. “Os empresários são os que mais aprendem em épocas de crises, é preciso buscar conhecedores e principalmente meios que forneçam segurança para o negócio. A crise também é de oportunidades, quantos novos empresários estamos vendo nascer e quantos colaboradores estão sendo recrutados para ocupar cargos que antes eram ocupados por pessoas sem conhecimento específico. As empresas precisam investir em pessoas, sistema e principalmente em capacitação, assim não há crise que as impedirá de crescer e dar novas oportunidades de trabalho. A sociedade precisa cobrar mais dos políticos e estar atenta a todas as notícias relacionadas. A marcação tem de ficar em cima, assim, quem sabe, os governantes trabalhem de forma mais honesta”, conclui.

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