Por Alexandre Santos Em Jornal Santuário

Eleições e Copa marcam 2014

A presidente Dilma Rousseff foi reeleita para governar o país por mais um mandato após uma das eleições mais acirradas dos últimos anos. Segundo analistas políticos, uma campanha tão disputada quanto a deste ano só se viu em 1989, quando Fernando Collor de Mello derrotou Luiz Inácio Lula da Silva, após estar atrás nas pesquisas.

Foto de: Thiago Leon / AI Santuário Nacional

Debate CNBB - Thiago Leon/ AI Santuário Nacional

Além da disputa voto a voto, o acirramento das eleições se deu também no campo das ofensas pessoais. A troca de acusações entre os candidatos extrapolou para a sociedade, tornando-se assuntos constantes desde a mesa de bar às redes sociais. O país ficou dividido. Quem declarava o voto na situação era acusado pelos eleitores da oposição de ser comunista, ladrão e cúmplice. Do outro lado, os que estavam do lado da oposição eram taxados de reacionários, alienados, coxinhas.

Bem ou mal, o fato é que, nas eleições de 2014, grande parte da sociedade resolveu se expressar politicamente. E o JS buscou trazer nas suas páginas reflexos das discussões que estavam nas ruas, no dia a dia das pessoas.

Primeiro turno: fatos e momentos

No dia 5 de outubro, dia do primeiro turno das eleições, o JS publicou matéria de capa, fazendo um balanço da primeira etapa do processo eleitoral. A reportagem ouviu leitores e o professor do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) Robson Sávio Reis de Souza.

Os principais acontecimentos destacados pelos leitores foram o “sentimento anti-PT”, a morte do candidato Eduardo Campos num acidente de avião no dia 13 de agosto, crescimento meteórico de Marina Silva nas pesquisas, o protagonismo das redes sociais nas discussões políticas e sua capacidade de influenciar o resultado das urnas, as denúncias de corrupção na Petrobras, o desempenho de candidatos de partidos nanicos e o debate das TVs católicas.

Para Robson Sávio, a morte de Eduardo Campos foi um marco divisor nas eleições. “A morte e a cobertura midiática foram fundamentais para não somente alavancar a candidatura de Marina, mas para consolidá-la como terceira força política”, comentou. Na avaliação do professor, a cobertura da mídia criou no candidato morto uma imagem de gestor modelo, contudo, nas redes sociais, o discurso da grande mídia era construído e desconstruído. “Nos últimos tempos temos tido jornalistas de referência com blogs que têm construído uma comunicação diferente dos grupos tradicionais. As redes sociais têm desempenhado um papel fundamental de contraponto”, afirma Robson.

TV Aparecida recebe presidenciáveis

Outro destaque foi o debate promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizado no dia 16 de setembro, no Centro de Eventos Pe. Vitor Coelho de Almeida, no Santuário Nacional de Aparecida.

Foto de: Reprodução

Eduardo Campos - AI Santuário Nacional

Morte de Eduardo Campos supreendeu a todos e foi um
divisor de águas no processo eleitoral de 2014

Participaram do debate oito candidatos à Presidência da República, bispos, representantes das mídias católicas e jornalistas dos grandes veículos de comunicação do país, além de correspondentes estrangeiros. O mediador foi o jornalista da Rede Aparecida Rodolpho Gamberini. 

Com retransmissão ao vivo das principais emissoras de TV católicas e de mais de 200 emissoras que integram a Rede Católica de Rádio, o debate da CNBB também foi transmitido on-line pelo site do jornal Folha de São Paulo e pelo Portal UOL. O jornal Estado de São Paulo acompanhou o debate na casa de uma família católica. Já o jornal O Globo concluiu que o debate da CNBB registrou o menor índice de ataques entre os candidatos.

Igreja se mobiliza em prol da reforma política

O presidente da Comissão para a Educação e Cultura da CNBB, dom Joaquim Giovani Mol, representa os bispos na Coalisão pela Reforma Política e Eleições Limpas, que reúne diversos setores da sociedade.

A Coalizão propõe o fim do financiamento de campanha por empresas. O financiamento seria misto. Uma parte com recursos públicos. A outra, com doações feitas apenas por pessoas físicas e com um valor limite.

A CNBB também publicou o documento Pensando o Brasil: desafios diante das Eleições 2014. O subsídio apresenta aos eleitores critérios para a escolha dos melhores candidatos.

E teve Copa!

Alvo de protestos, muita polêmica e de certa desconfiança por boa parte da população brasileira, a Copa do Mundo no Brasil acabou sendo um evento exitoso. Ao menos fora de campo.

Enquanto a Seleção Brasileira jogava mal e deixava a torcida desconfiada com a possibilidade de ser campeã em casa, os aeroportos, tão questionados, funcionaram bem. Durante o período da competição, não houve grandes problemas de locomoção pela malha aérea do país nem grandes atrasos.

Foto de: Reprodução

Copa do Mundo - Reprodução

A segurança e o conforto dos estádios foram elogiados pelos estrangeiros, assim como a hospitalidade dos brasileiros. O grande caso de amor entre torcida e seleção aconteceu com os alemães, que cativaram o povo da cidade de Santa Cruz Cabrália (BA). Justamente eles que, na semifinal seriam os protagonistas da participação mais melancólica e vexatória da história do futebol brasileira numa Copa do Mundo: uma inacreditável derrota por 7x1.

Aos que protestavam contra os gastos no evento, contra as desapropriações, o superfaturamento das obras, aos que gritavam “Não vai ter Copa!”, restou conformarem-se. Sucesso na organização, vexame nos gramados.

 

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