Diante de tantos escândalos, as pessoas, cada vez mais, demonstram-se desacreditadas na postura dos governantes. A questão política, que já era distante de grande parcela da população, gradativamente vai perdendo a importância. E, onde não há fiscalização por parte do povo, há espaço propício para que a corrupção se prolifere. Em meio à falta de interesse, há iniciativas que buscam manter vivo esse exemplo de cidadania.
Em Aparecida (SP), civis e a Igreja têm se unido para garantir transparência nas ações do poder público municipal. O grupo Com Paixão por Aparecida foi criado com o objetivo de integrar a sociedade às ações dos Poderes.
Foto de: Reprodução
Em Aparecida (SP), civis e a Igreja têm se unido para
garantir transparência nas ações do poder público
municipal
Diante da motivação pela vontade de exercer atividades que pudessem significar influência no município, o arcebispo de Aparecida, cardeal dom Raymundo Damasceno Assis, convidou padre Csar Moreira, C.Ss.R., para acompanhar a ação. Atualmente, o grupo se divide em três frentes.
Uma das linhas de trabalho, formada por seis eleitores, encarrega-se de pensar atividades que visem à politização dos eleitores. Dessa forma, desde agosto, eles visitam as paróquias, com a participação e anuência do pároco, as missas de fim de semana nas quais falam aos fiéis sobre as eleições.
A temática abordada nessa frente de ação abrange aspectos como o que é política; como o cristão pode e deve fazer política; o significado das eleições municipais; o alcance do voto e suas consequências; a função do prefeito e dos vereadores; tipos de candidatos e de eleitores.
Para ampliar ainda mais o alcance dessa mensagem, cada participante da celebração leva para casa um folheto com a missão de repassar o conteúdo a um vizinho. Dessa forma, a ideia é que mais pessoas possam refletir sobre a responsabilidade do voto e do dever de se fazer política. Além dessa iniciativa, as atividades desenvolvidas pelo grupo se estendem por escolas para que os eleitores mais jovens tenham consciência do papel que exercem.
O segundo grupo se encarrega da politização dos candidatos. Os componentes convidam os partidos políticos e membros, principalmente os candidatos, para uma série de palestras e debates levantando questões como, por exemplo, a Lei Eleitoral.
A terceira frente se encarrega de formar o Comitê Ético Eleitoral, previsto na lei atual. A ação dos participantes, assessorados pela juíza eleitoral da cidade, é fazer com que a lei seja cumprida.
Para padre César, essa movimentação por parte da sociedade aparecidense é uma boa forma de mudar a política atual é dar aos novos eleitores a chance de fazer política de modo diferente. “Óbvio que a iniciativa dessa turma não vai causar uma revolução no modo de se realizar a eleição municipal. Os vícios de sempre estarão presentes. Compra e venda de votos ainda vão acontecer, propaganda enganosa também, eleitor desinteressado não faltará. Mas alguma coisa diferente também começa a acontecer e será notada. Trata-se de uma semente nova que cairá também em terra fértil e vai produzir frutos”, conclui.
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