Que a água é um dos bens mais escassos do planeta todo mundo já sabe. Afinal, o volume total no mundo – menos de 0,01% – corresponde à água doce dos rios e lagos, cada vez mais prejudicados pela degradação humana.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, até 2030, a população global vai precisar de 40% a mais de água do que necessita hoje, mas, até então, não se imaginava que esse bem tão precioso fosse começar a faltar nas torneiras da população. “O Brasil e o mundo precisam atentar-se àquilo que gasta mais água. Cerca de 70% são gastos na agricultura, 20% na indústria e 10% no uso doméstico. A água na agricultura é muito desperdiçada, existem sistemas de irrigação muito arcaicos e até mesmo os mais modernos gastam muita água. Não acredito em redução de gastos significativos por conscientização, mas sim através de mudança de tecnologia e incentivo financeiro para implantação dessas melhorias”, explica o estudante de engenharia da produção Lucas Rana.
O jovem que estuda no campus da Universidade de São Paulo (USP) em Lorena (SP), apesar de pouca idade, 23 anos, talvez tenha uma boa solução. Ele é semifinalista do concurso de inovação Call to inovation que vai levar o vencedor para estudar na NASA.
Ele concorreu com outros universitários e professores que apresentaram ideias e inovações para melhorar a economia de água em todo o mundo, por meio da tecnologia.
Foto de: Arquivo Pessoal
Lucas Rana é semifinalista do projeto
Call to Inovation que vai levar o vencedor
para estudar na NASA
A ideia de Lucas visa uma solução na qual a economia deve vir da agricultura, que segundo ele, é o setor que mais desperdiça água. Lean Water Resources mostra possibilidades de economia na captação de águas que evaporam de uma produção agrícola ou que escoam no subsolo das plantações, criando tecnologias que se utilizam de uma espécie de rede de tubos para melhorar os sistemas de irrigação. “O Brasil possui cerca de 11% da água do mundo, é muita coisa, e só agora começamos ver que é possível termos problemas com água. Outros países no Oriente Médio usam água tratada do esgoto na agricultura, sistemas mais avançados como gotejamento, que reduz cerca de 40% nas perdas e a dessalinização da água do mar. Acredito que precisamos aprender com esses países. Nós desperdiçamos muito porque temos muito.”
Lucas conta que foi um grande desafio fazer um projeto na área da agricultura, pois é um segmento diferente do que estava acostumado a estudar. Surpresa maior foi ter chegado a semifinal. “É uma grande alegria, um sonho quase que inalcançável que pode se tornar realidade. Ninguém pensa que algum dia poderá estudar na NASA, junto com os melhores em tecnologia do mundo.”
O estudante detalha que a família teve um papel importante e que teve grande incentivo. “Eles me incentivam, orientam muito e puxam bastante minha orelha quando veem excessos, seja de estudos, festas ou qualquer coisa. O apoio deles sempre foi fundamental. Acredito que todos os nãos que recebi foram para o meu bem, e agradeço a eles isso. Algo que sempre escutei dos meus pais e que eu levo para minha vida como jovem, empreendedor e sonhador: ‘faça como se tudo dependesse de você, e espere sabendo que tudo depende de Deus’, nada tem valor se não for segundo os planos de Deus, nem mesmo ir para NASA.”
Lucas afirma que não tem uma rotina severa de estudos, mas acredita que todo estudante precisa estudar além da universidade e pensar fora da caixa. “Desde pequeno fui apaixonado pela matemática e desafios de lógica. Meus professores sempre me incentivaram muito, isso faz toda diferença. Quando você tem professores e amigos que te estimulem tudo fica mais fácil. Adorava brincar de Lego e desmontar as coisas; já estraguei muita coisa e já arrumei coisas que eu nem imaginava que seria capaz”, brinca.
Rana lamenta uma espécie de generalização de desinteresse dos jovens em se envolver com os estudos. “Falta jovem que pense que a universidade não é apenas festas e bagunça. Falta jovem que pense no outro, no planeta e no futuro. O que eu vejo são estudantes pensando no seu divertimento e gastando o mínimo de energia para se formar. Apesar de, na USP de Lorena, o pensamento estar mudando aos poucos, pois existem jovens entrando para programas de voluntariado, outros em pesquisas voltadas para melhorias na região. Acredito que seja algo cultural e precisamos de mais incentivos do governo e dos professores”, desabafa.
Apesar de possuir diferentes características Lucas considera-se um jovem normal para a sua idade. “Sou um jovem normal, a diferença é que sou interessado e curioso. Atualmente não namoro, mas já namorei bastante. Vou a festas sim, porém não com muita frequência. Sou católico praticante e vivo a religião; ser jovem hoje é bem difícil, as tentações são muito grandes e se você não for forte o mundo o leva, e junto com ele você se afunda. Vou bastante à missa, quando caio, levanto-me e volto na minha caminhada. Estudo bastante, mas não de forma convencional, gosto de ver vídeos, escutar pessoas experientes e ler apostilas on-line.”
Se você gostou do projeto de Lucas Rana, ajude o estudante a chegar na final votando até o dia 30 de março. Acesse o link: bit.ly/leanwater.
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