Mais de 16,5 mil alunos cegos matriculados em escolas públicas e instituições aguardam para ter acesso a uma máquina de Braille, no Brasil.
A estimativa é da Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual – Laramara, que atribui a falta de acesso ao alto custo das máquinas.
Segundo o gestor de projetos e parcerias da Laramara, Cristiano Gomes, a máquina é a “caneta” da pessoa com deficiência visual e uma importante ferramenta educacional.
Foto de:Digitaltrends.com
Deficientes visuais têm dificuldades tanto de locomoção
como de acesso a máquinas de Braille
“Tendo o acesso a esse equipamento, as crianças com deficiência visual e as sem deficiência terão as mesmas oportunidades e o mesmo tempo de aprendizagem”, pontua.
O problema é que, para aprender a ler, escrever e conhecer o método Braille, o deficiente visual precisa gastar cerca de R$ 4.500 para adquirir o equipamento, que é importado.
Devido ao alto custo, muitos alunos cegos ficam sem acesso ao equipamento e perdem a oportunidade de garantir instrução de qualidade.
O vigário do Santuário São Judas Tadeu, padre Marco Antonio Gonçalves Porto é o primeiro sacerdote com deficiência visual ordenado em Belo Horizonte (MG) e concorda que a situação de quem precisa ter acesso a esses equipamentos é um pouco complicada.
O sacerdote, que também atua na Pastoral da Pessoa com Deficiência da arquidiocese de Belo Horizonte (MG), defende a redução dos impostos de importação desses produtos como forma de baratear os custos, ampliando o acesso como consequência.
“São equipamentos que, na verdade, vão ajudar na inclusão do número de pessoas que são potencialmente capazes de dar o que tem, o que sabem em favor do país”, pontua.
Ainda de acordo com o sacerdote, quanto mais acesso os deficientes tiverem à tecnologia assistiva, maior será a acessibilidade aos recursos, bem como a capacidade de essas pessoas mostrarem suas potencialidades.
Cadastro e outras formas de acesso
A Laramara disponibiliza um equipamento nacional a estudantes que não têm condições financeiras para adquirir uma máquina Braille. A dica da instituição é fazer o cadastro em um banco de dados.
Após o cadastro, é necessário aguardar numa fila de espera. A distribuição acontece graças a projetos sociais, campanhas e parcerias.
Desde 2004, quando o equipamento começou a ser produzido no Brasil pela associação, mais de 7.000 crianças e jovens com deficiência visual já foram beneficiados.
Padre Marco Antonio esclarece que, embora não haja divulgação, os deficientes podem entrar com pedido junto ao Ministério público para solicitar ao Estado a aquisição de equipamentos de forma gratuita. “Pode até demorar um pouco, só que muitos já conseguiram dessa forma”, esclarece.
Outra dica do sacerdote é procurar as bibliotecas públicas para garantir a impressão de materiais de estudo e livros. Segundo ele, esse tipo de recurso é mais acessível nas grandes cidades.
Padre Marco Antonio também defende melhorias constantes nas vias públicas e implantação de recursos de acessibilidade nas calçadas e entornos de prédios públicos, estabelecimentos e igrejas. “Principalmente piso tátil nas áreas centrais, nos lugares de maior movimentação, porque auxilia onde a gente pode ir, onde tem de parar”, conclui.
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