54ª AG traz o leigo como alma da Igreja

O arcebispo de Londrina (PR) e presidente da Comissão para o tema central da 54ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Orlando Brandes, sublinhou nesta quinta-feira (7), que o leigo é sujeito da dignidade, não pertencendo apenas a Igreja, mas sendo Igreja. Ele também apresentou que para a redação do documento sobre o tema central, o episcopado tem tido como base a exortação apostólica do Papa Francisco, Evangelii Gaudium – A alegria do Evangelho.

Foto de: Allan Ribeiro/JS

Dom Orlando Brandes: "Muita gente se sente católico, mas
não se sente Igreja"

Recordando as palavras do Papa Bento XVI, o bispo reafirmou que os leigos não são só colaboradores, mas são co-responsáveis e que não são apenas prestadores de favores, mas eles são toda a alma da Igreja. “Muita gente se sente católico, mas não se sente Igreja. Está faltando aquele espaço dos próprios leigos para serem cidadãos”, apresenta, colando que essa realidade deve ser modificada.

Dom Orlando reforçou que é uma minoria – o clero – que deve estar a serviço da maioria. “A Igreja está tratando com esse assunto da sua maioria. A maioria das pessoas na Igreja não são os bispos e padres. Nós somos a minoria. A maioria são os leigos”, explica.

Parte das colocações do documento sobre o laicato vai se dedicar a relação da política. A proposta não surge como uma ação partidária da Igreja, mas, pelo contrário, nasce como estimulo aos leigos para que se tornem partidários. Porém, segundo dom Orlando, essa perspectiva ainda é um caminho longo a se percorrer, tendo em vista a imagem negativa que foi criada em relação à participação na política.

O presidente da comissão ressaltou ainda que as análises do rosto do laicato partem desde o embrião, pois é nessa fase em que a vida surge. O documento se debruça também sobre as crianças, adolescentes, mulheres, solteiros e viúvos.