A missão evangelizadora da Igreja, de anunciar Jesus até os confins da terra, como um aspecto essencial da vida cristã, está sendo posta em prática. Vários bispos de dioceses e arquidioceses de diferentes partes do planeta, estão engajados, diante de um mundo extremamente eufórico e em transformação de valores, culturas e pensamentos. A Igreja definitivamente busca a paz nas grandes cidades. É um esforço pastoral que está de acordo com o Documento de Aparecida e com a exortação apostólica Evangelii Gaudium, que trazem os pensamentos do Papa Francisco.
Em recente visita ao Brasil, o arcebispo de Barcelona, Espanha, cardeal Lluís Martínez Sistach, passou pelo Rio de Janeiro (RJ) e Aparecida (SP) e partilhou questões importantes com cerca de 40 bispos brasileiros.
Foto de: Allan Ribeiro / JS
O arcebispo de Barcelona, Espanha, cardeal Lluís Martínez
Sistach, passou pelo Rio de Janeiro (RJ) e Aparecida (SP) e
partilhou questões sobre a paz nas grandes cidades
Ele citou que Barcelona é uma área metropolitana com cinco milhões de habitantes, o que é pouco se comparado com cidades do Brasil e de países da América do Sul. Mas são concentrações urbanas importantes e, portanto, é necessário fazer uma troca de mentalidade pastoral de uma visão rural para uma Igreja que está na cidade, em área urbana.
Na ocasião, o arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta, destacou que a troca de experiências sobre o tema abordado pelo cardeal Sistach, revela uma Igreja em saída, acolhedora, samaritana, preocupada com as pessoas e que condiz com o discurso do Papa Francisco sobre a evangelização. “Aqui no Rio começamos a trabalhar com nosso Plano de Pastoral, que está bem dentro do tema da Evangelii Gaudium e do Documento de Aparecida.
O Rio de Janeiro mantém a posição de segunda maior metrópole do país, com mais de 6 milhões e 400 mil habitantes. Já a cidade de São Paulo, continua sendo a maior metrópole do país com quase 12 milhões de habitantes. A capital do estado mais populoso do país concentra cerca de 6% da população brasileira, estimada em 202 milhões de habitantes pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, mencionou que há uma procura por ser uma Igreja em saída, mesmo diante de dificuldades porque gera uma mudança de mentalidade, o que em Aparecida é chamado de conversão pastoral, que é necessária. “Muitas vezes leva tempo, mas estamos trabalhando, e pouco a pouco seremos de fato uma Igreja em saída, que vai ao encontro das realidades, ao encontro do povo por meio de todas as suas entidades, organizações e pessoas que estão na Igreja, não só os padres como todo o povo católico. Precisamos ter essa percepção de que, assim como recebemos, devemos passar adiante, partilhar o que recebemos por meio da fé”, disse dom Odilo.
De acordo com o cardeal Sistach, há uma grande motivação da Igreja Católica a discutir sobre a paz nas grandes cidades. “A Igreja tem de realizar a sua missão nas grandes cidades, e grande parte da população mundial vive nelas e isso está crescendo cada vez mais. Nós temos de planejar como podemos fazer e o que vamos fazer, como estamos fazendo e quais mudanças podemos fazer para anunciar nas grandes cidades a Jesus e ao Evangelho.”
Na opinião do bispo, é um pouco difícil comparar realidades diferentes, pois cada lugar tem suas peculiaridades, talvez o necessário para buscar a paz seja humanizar as grandes cidades, para dar sentido de fraternidade, para dar acolhida e solidariedade a muita gente que sofre, para ajudar aos marginalizados, os pobres. “Penso numa Igreja que se aproxima e busca estar perto das pessoas. Considero que isso e outras coisas ajudam as grandes cidades a serem mais humanas e não sejam tão frias.”
Brasil, Espanha e os frutos partilhados
O arcebispo de Barcelona partilha que depois do encontro no Brasil, e após tudo ter sido discutido, pode haver um enriquecimento mútuo com essa troca de experiências. “Eu estive no Brasil para dizer coisas, mas escutei muito mais e vi muitas mais, e isso me enriqueceu muito. Penso que isso também poderá ajudar o povo do Brasil. A américa latina tem trabalhado muito a pastoral das grandes cidades. O Papa Francisco que é latino-americano escreveu a exortação Evangelli Gaudium e há uns números dedicados às grandes cidades. Digo que pude mais aprender do que ensinar”, reflete.
O cardeal Sistach, também fez questão de dizer as impressões que teve do Brasil. Em tom de brincadeira e muita simpatia disse pensar que Barcelona fosse a cidade mais bonita do mundo, mas a cidade mais bonita, na opinião do cardeal, é o Rio de Janeiro. Ele também teceu comentários a respeito da terra da Padroeira do Brasil. “Aparecida é uma expressão, uma vivência de devoção mariana muito importante. No Brasil existem muitas devoções marianas, muitas padroeiras, muitos mais que na Espanha. Mas cada povo tem uma vivência peculiar e nisso nos coincidimos. Os Santuários têm futuro, as pessoas vão cada dia mais buscar a Deus, a Nossa Senhora, buscar sentido na vida, silêncio, encontrar a si mesmos. Penso que têm muito sentido os santuários”, opina.
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