Por Allan Ribeiro Em Notícias Atualizada em 25 MAR 2019 - 11H17

CAS promove dignidade humana em diversas cidades

Na missão de levar conforto e esperança aos que mais necessitam, o Centro de Assistência Social (CAS) tem desenvolvido, ao logo dos anos, diversos trabalhos para a promoção da dignidade humana. No Vale do Paraíba, interior paulista, centenas de pessoas em situação de vulnerabilidade social são atendidas pelos projetos. São vidas que aos poucos se transformam e ganham um novo vigor. E, muito além das questões sociais, as atividades buscam novas maneiras de ajudar as pessoas a experimentarem a amorosa presença de Deus.

No eixo Rio-São Paulo, duas casas, localizadas nos municípios de Aparecida (SP) e Potim (SP), promovem esse importante trabalho. As instalações atendem a pessoas carentes desde a infância até a terceira idade, proporcionando atividades de acordo com a faixa etária e incentivando-as em aspectos como cidadania, respeito ao próximo e desenvolvimento cognitivo. Os serviços prestados são de forma gratuita, planejada e contínua, sem qualquer forma de discriminação.

 

Os centros contam com o apoio de assistentes sociais, pedagogos, psicólogos, professores de informática, educadores físicos, entre outros profissionais, que se dedicam a atividades de reforço da autoestima, autonomia, inserção social, ampliação da resiliência aos conflitos.

Foto de: Carolina Alves / JS

CAS_1 - Carolina Alves JS

Encontro mensal com as mães discute a convivência
familiar no CAS de Aparecida (SP)

Os projetos são administrados pela Congregação do Santíssimo Redentor, C.Ss.R., da Província de São Paulo (SP). A congregação realiza e mantém esse compromisso de cuidado, acolhida e escuta a essas pessoas. Além dos dois centros, os redentoristas contam com mais 5 casas no estado de São Paulo e outra em Minas Gerais.

CAS Potim

Criado em 2007, o CAS São Geraldo, em Potim, é a maior das oito unidades assistenciais da Província. Ao todo, cinco projetos formam esse núcleo: SOS Família, Inclusão Digital, Inclusão Jovem, Vida Ativa e Semear. Em média, 400 pessoas passam diariamente pelas oficinas e atividades. Para atender toda essa demanda são 27 profissionais, entre monitores, administrativo e manutenção.

Além das trabalhos socioeducativos, 160 crianças e adolescentes recebem uma alimentação balanceada, preparada por nutricionistas. O coordenador do centro, padre Cesar Moreira Miguel, explica que muitas delas não realizam uma refeição farta e carecem dos nutrientes primordiais para o desenvolvimento. “Essas crianças têm problemas alimentares em casa, não comem o suficiente como as crianças devem comer. Aqui a obra tem nutricionista, a alimentação é pensada para essas crianças”, salienta o sacerdote.

A cidade abriga pouco mais de 19 mil habitantes e uma parcela considerável dessa população vive em condições de miséria. Do ponto de vista econômico, Potim é um dos municípios mais pobres do Estado em termos de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Isso reflete-se principalmente pela falta de mão de obra qualificada.

Diante dessa realidade, o principal objetivo do CAS na cidade é ensinar os assistidos a lançarem as redes. O coordenador mostra com orgulho o número de pessoas que deixaram de frequentar o centro. Em quase uma totalidade, os assistidos param de participar das atividades em decorrência de uma inserção no mercado de trabalho ou por conseguirem sair de uma situação vulnerável.

Foto de: Allan Ribeiro / JS

Thaisa Vitória - Allan Ribeiro JS

Thaisa Vitória Lima da Silva, de 12 anos, conta que seu
comportamento e desempenho melhoraram depois que
iniciou as atividades no centro

Para minimizar ainda mais os impactos da miséria no município, a unidade planeja um levantamento para definir realidade socioeconômica em que está inserida a população. Com um mapa, a obra pretende definir metas para analisar quais as necessidades das empresas da região. Padre Cesar ressalta que é preciso que a pessoa entre no CAS e de lá saia gerando renda, por isso é importante essa demarcação. 

A dedicação em formar cidadãos exemplares tem trazido bons frutos. A estudante Thaisa Vitória Lima da Silva, de 12 anos, considera que seu comportamento mudou muito ao longo dos três anos que está nos projetos. Ela participa diariamente das oficinas e considera o espaço como uma segunda casa. “Amo fazer tudo. Fico aqui a semana inteira. Gosto mais da oficina de pedagogia e de Hip hop, porque eu me desenvolvo mais e consigo me esforçar mais. Não me vejo sem essa rotina de atividades”, diz a jovem.

As crianças e adolescentes passam por uma formação pedagógica. Segundo a pedagoga Luciana Vacari, o trabalho é feito de forma lúdica, com jogos, leitura e brincadeiras. Tudo isso colabora para o desenvolvimento, principalmente, na questão humana. A cada atividade são criados temas de acordo com a necessidade dos grupos.

Padre Cesar [CN3] reforça que mudar toda uma realidade é muito complexo, mas que o trabalho do CAS para comunidade local vem sendo muito importante para mudar esse cenário. “A criança começa a aprender aqui como ir ao banheiro, como escovar os dentes. Na mesa ela usa garfo e faca. Ela vai assimilando outra cultura. As crianças sim vão sair renovadas. Elas não vão ser as mesmas pessoas, vão lutar, vão brigar, vão ser diferentes”, conclui.

CAS Aparecida

O embrião dos trabalhos sociais da Província foi o CAS Santíssimo Redentor, em Aparecida. Inaugurado em 2002, o projeto atendia a 10 famílias, no princípio. O trabalho brotou como complemento às políticas públicas já adotadas pelo município, buscando proporcionar um trabalho mais profundo, pautado na família.

Foto de: Allan Ribeiro / JS

CAS_2 - Allan Ribeiro JS

Unidade de Potim (SP) oferece oficinas a todas
as faixas etárias

Hoje, as atividades ampliaram-se e a unidade presta serviço a 160 pessoas. Mas, o trabalho não se limita apenas aos cadastrados. A assistente social e coordenadora da casa, Maria Helena de Abreu Souza, explica que os projetos contemplam todo o núcleo familiar e que o número de atingidos é muito maior do que o de pessoas que frequentam o local.

Ela explica que, em maioria, a assistência é prestada a mulheres sozinhas, trabalhadoras, mães, companheiras, as que compõem o perfil da unidade. Muitas das vezes, são elas que tem a missão de cuidar da casa. Sem renda fixa para sobreviver, muitas dependem dos auxílios dos programas sociais do Governo e de serviços esporádicos.

“O principal desafio é, para nós, trabalhar o fortalecimento dos vínculos familiares. Nós estamos focados em trabalhar o fortalecimento dos vínculos familiares, que percebemos que está muito fragilizado”, ressalta a coordenadora ao falar do objetivo das atividades com as famílias.

Paula Fernanda de Melo, 29 anos, considera o centro como alicerce para sua vida. Mãe de oito filhos, ela conta que atravessou momentos muito difíceis, mas que encontrou amparo nos profissionais do CAS. A moradora de Aparecida se sente muito feliz com os conselhos e palavras de carinho que recebe. Ao recordar o episódio em que um de seus filhos necessitou de um exame médico, ela demostra gratidão. Sem possuir o valor necessário para custear os gastos, ela contou com o apoio do centro para a realização dos exames.

“Eu estava num momento da vida em que as coisas faltavam, eu não sabia como viver, como lutar. Como se diz, a vida tem várias pedras no caminho, eu não sabia como pular esses obstáculos. Então, o CAS veio como uma ajuda, não pelo vale, mas sim pelo o que eles são. Eles se transformaram em uma família na minha vida”, afirma Paula.

Foto de: Allan Ribeiro / JS

CAS_3 - Allan Ribeiro

Adolescentes participam de aula de violão no CAS
de Potim (SP)

As oficinas também contribuem para a formação psicológica dos assistidos. Jucilene Aparecida da Silva, de 29 anos, diz que seu temperamento mudou muito desde que ingressou na unidade. No convívio com as outras participantes do projeto, ela pôde aprender muito dialogando. “Para mim, melhorou bastante, até me acalmei em casa, porque eu era muito estressada, muito nervosa, agora já estou mantendo bastante a calma. Estou sabendo levar as coisas, tanto do meu jeito, como dos outros também”, coloca. 

Atualmente, a casa está inserida em três projetos: SOS Família, Inclusão Digital e Semear.

Confira os trabalhos de toda a rede do CAS. Acesse a12.com/obrassociais/

Projetos

  • Semear: Com o objetivo de estabelecer um espaço de convivência e formação, o projeto trabalha o desenvolvimento do protagonismo e da autonomia das crianças e adolescentes, fortalecendo aspectos como o convívio familiar, desempenho na escola e fornecendo uma formação geral para o mercado de trabalho. Os estudantes têm a oportunidade de desenvolver oficinas artísticas, apoio escolar, atividades físicas, passeios culturais, além de orientação espiritual.
  • SOS Família: Por meio de um acompanhamento psicossocial, as famílias passam por encontros ao longo de 12 meses. O objetivo é a integração a comunidade, recuperando a identidade desse público. Mensalmente, essas famílias recebem um auxílio financeiro de R$ 100 para atender suas condições básicas de sobrevivência. Durante as palestras de formação são abordados temas como violência doméstica, gravidez precoce, desenvolvimento infantil e drogas. O público, composto principalmente por mães de família, participa de oficinas de artesanato, unhas artísticas, dança, culinária, música, entre outras.
  • Inclusão Digital: Os alunos de todas as faixas etárias contam com aulas de informática que vão desde o básico a programas mais complexos. Eles têm contato com softwares fundamentais para o desenvolvimento de uma atividade de escritório ou para a criação de uma página na internet, por exemplo. As atividades buscam a inserção dos assistidos no mercado de trabalho, assim como, o desenvolvimento econômico. O projeto contribui para o desenvolvimento na vida dessas pessoas em pelo menos três dimensões: domínio digital, mudanças individuais e mudanças na comunidade onde estão inseridos.

Foto de: Carolina Alves / JS

CAS_4 - Carolina Alves JS

Para mudar o quadro de vulnerabilidade social,
os assistidos passam em atendimento especializado

 

  • Inclusão Jovem: O projeto atende adolescentes na faixa etária de 15 a 18 anos de Potim. A iniciativa visa a melhoria da qualidade de vida, por meio de ações que contribuam tanto para formação pessoal, quanto para a profissional. São trabalhadas as diferentes formas de expressão dos interesses, posicionamentos e visões de mundo de jovens no espaço público. Nesse sentido, no serviço são proporcionadas ações socioeducativas voltadas ao autoconhecimento dos jovens e ao reconhecimento do contexto em que estão inseridos, possibilitando experimentações quanto ao ser, conviver, aprender, fazer e participar. Isso acaba estimulando-os para que assumam papéis proativos na construção da própria história e da história coletiva.
  • Vida Ativa: Tem como foco o desenvolvimento de atividades que contribuam no processo de envelhecimento saudável. O projeto visa detectar necessidades e motivações, além de desenvolver potencialidades e capacidades para novos projetos de vida da terceira idade. Os idosos podem participar de atividade educativas, culturais e recreativas, como por exemplo ginástica e informática, que estimulam aspectos cognitivos de coordenação, de memória e de percepção.

 

 

 

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