Por Allan Ribeiro Em Notícias

Cristãos perseguidos no mundo chegam a 100 milhões

A intolerância e o fanatismo religioso têm levado grupos extremistas a perseguirem cristãos em todo o mundo. Esse cenário é mais acentuado em países do Oriente Médio, África e Ásia. Mas, países na América, como o México e a Colômbia, também sofrem com essa realidade. Ao todo, mais de 100 milhões de cristãos espalhados pelo globo são vítimas de discriminação, perseguição e violência.

Foto de: Arquivo Pessoal

Pe. Mário Marcelo Coelho - Arquivo Pessoal

"A Igreja tem denunciado e cobrado
uma atitude concreta desses governos
onde acontecem essas perseguições
religiosas", frisa Pe. Mário Marcelo Coelho

Ataques brutais têm ganhado a mídia. A cada dia, pessoas tem deixado a terra onde vivem temendo a ação dos grupos extremistas. As principais células de terroristas de perseguição aos cristãos são o Estado Islâmico (Iraque e Jordânia), a Al Qaeda (Afeniganistão), o Boko Haram (Nigéria) e a Al Shabaab (Somália).

O professor da Faculdade Dehoniana e doutor em Teologia Moral, padre Mário Marcelo Coelho, explica como os cristãos sobrevivem nessas áreas de conflito. Ele aponta os riscos de o Brasil sofrer com atos de intolerância dessa magnitude e também aponta possíveis soluções para reverter o cenário, ressaltando que a Igreja tem desempenhado um importante papel no processo de denúncia e repúdio a esses ataques terroristas.

Jornal Santuário de AparecidaQuais os países onde há maior incidência de casos de perseguição aos cristãos?

Padre Mário Marcelo Coelho – Existe um site, o portasabertas.org.br, que traz a classificação dos países com maior perseguição dos cristãos. O site coloca Coreia do Norte, Sudão, Azerbaijão, Turquia, Síria, Iraque e Somália como os países de maior incidência de perseguição religiosa.

JSO que levam esses grupos a agirem dessa maneira?

Padre Mário – As causas da perseguição estão muito ligadas à intolerância religiosa. Isso, nada mais é que a incapacidade daqueles que perseguem de aceitar e acolher aquelas pessoas que não professam a mesma fé.

JSA perseguição por grupos extremistas não se limita apenas aos cristãos, mas, também a outras minorias?

Padre Mário – Ela atinge também a outros grupos, não só aos cristãos, mas também outros que são minorias. Isso acontece até mesmo dentro das próprias religiões. Alguns grupos que querem viver de um jeito e são mais radicais não aceitam dividir a religião com outros grupos que não são tão extremos quanto eles. Nos países Africanos, por exemplo, um grupo persegue o outro. Os islamitas com um perfil mais radical perseguem outros mulçumanos dentro da própria religião.

JSComo os cristãos têm vivido nessas regiões de conflito?

Padre Mário – As reações são diversas. Tem aqueles que acabam se tornando mártires e professando sua fé, não negando sua origem cristã. Em outros casos, são mortos porque não têm como fugir. Às vezes, muitos deles são muitos pobres e não tem como sair daquele lugar e acabam morrendo. Outros estão buscando outras terras, abandonando suas casas, as cidades e propriedades para fugir, buscando refúgio, proteção e cuidado. Hoje, eles tentam de várias formas evitar a perseguição.

JSHoje tornou-se mais notória a perseguição dos cristãos. Houve um aumento ao longo dos anos ou uma maior exposição da mídia?

Padre Mário – Houve um aumento na perseguição por parte desses grupos extremistas. Pesquisas mostram que está aumentando a perseguição aos cristãos. Hoje, o próprio Papa Francisco manifestou que a perseguição aos cristãos é muito maior do que no passado. Inclusive, Papa Francisco comenta sobre isso em vários momentos. Papa Bento XVI também se mostrou preocupado com essa realidade.

JSComo a Igreja tem articulado para minimizar essa realidade?

Padre Mário – A Igreja tem denunciado e cobrado uma atitude desses governos onde acontecem essas perseguições religiosas, solicitando uma atitude bem mais concreta desses países. Além disso, estão animando os cristãos que são perseguidos com incentivo, oração e apoio.

JSHoje o Brasil é o maior país católico do mundo e vem ganhando notoriedade no cenário mundial. Essa realidade de perseguição é distante do país?

Padre Mário – No Brasil nós corremos um certo risco. Não tanto com um problema de perseguição, mas de intolerância religiosa por alguns setores ou religiões, até mesmo de instituições cristãs. Temos visto agressões em público, a imagens, a objetos e a símbolos da nossa religião. Isso também é uma forma intolerância religiosa. Temos de cuidar desse aspecto porque isso pode acabar se tornando uma perseguição como nesses outros países.

JSComo podemos extinguir esse cenário contra os cristãos?

Padre Mário – Quando for necessário, que a denúncia aconteça. O Papa Francisco tem denunciado sempre essa realidade. Ele falava em abril deste ano, durante a via sacra em Roma, sobre o silêncio cúmplice, que significou a morte de muitos cristãos por esses grupos extremistas. Essa frase do Papa lembrou de algumas mortes, como a decapitação dos egípcios coptas cristãos e a de simpatizantes na Líbia. Isso nos causa uma certa angústia. Hoje o que podemos fazer é rezar por essa situação, vivendo nos pequenos gestos uma atitude de acolhida, sem intolerância religiosa.

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