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Dom Joaquim Mol fala sobre reforma política

Na primeira coletiva da 53ª Assembleia Geral da CNBB, o bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG) e presidente da Comissão para Acompanhamento da Reforma Política, dom Joaquim Giovanni Mol Guimarães, pronunciou-se sobre os anseios da sociedade e as contribuições que a Igreja Católica pode dar para realizar reformas na política do Brasil.

Ele lembrou que o tema da reforma política tem ocupado os trabalhos dos bispos há bastante tempo. Dom Joaquim também reforçou pontos importantes, como, por exemplo, a necessidade e urgência de fazer essa reforma política. “É um passo necessário e indispensável, mas que não é a solução para todos os problemas, dada a complexidade que vivemos hoje no Brasil, mas é necessária porque precisamos melhorar o quadro político no Brasil, que está cada vez pior, que é sofrível, que tem piorado a cada legislatura em diversos ambitos e também porque outras reformas dependem da reforma política, como as reformas tributárias, agrária, na educação, no judiciário, essas reformas só podem ser feitas com um mínimo de avanço e se tivermos um corpo reformador.”

Dom Joaquim Mol também acredita que a reforma poderá ajudar a mudar o quadro de políticos no Brasil, e assim, mudará também, situações e práticas muito ruins no campo político do Brasil, como o corporativismo, a corrupção, a compra de votos, a barganha de votações no congresso. “Todas essas práticas mantém o povo brasileiro ainda na miséria e na pobreza. Nós acreditamos que a reforma política pode dar essa grande contribuição de mudança”, afirma o bispo.

Na coletiva ele também afirmou que os mais interessados em mudanças em primeiro lugar são a sociedade civil organizada, grupos e movimentos sociais. “Isso tem forçado os políticos a tratar do assunto da reforma política, apesar de não haver interesse nos partidos em fazer a reforma”, critica.

A contribuição da CNBB

Na avaliação do bispo, na sociedade civil organizada a CNBB tem dado uma contribuição muito importante. Ele fez questão de reforçar que a CNBB não é um partido político e não é filiada a nenhum deles, nem tampouco tem compromisso com qualquer partido. “A CNBB tem um compromisso irrenunciável de contribuir para que o Brasil seja melhor, por isso tem participado com outras organizações da sociedade civil na coleta de assinaturas para o projeto de lei 6316/2013, que é o projeto de lei de iniciativa popular que apresenta quatro pontos importantes para reforma política.”

Os quatro pontos importantes

Na explicação de dom Joaquim Mol, o primeiro ponto é estabelecer o financiamento público para campanhas eleitorais, pois observa-se que recentemente foi aprovado o aumento do fundo partidário, que é dinheiro publico para os partidos. A verba saltou de cerca de R$ 300 milhões de Reais para aproximadamente R$ 900 milhões de Reais.

Já o segundo ponto importante é mudar o sistema eleitoral, para que no primeiro turno, vote-se em ideias, projetos, programas e no segundo turno, vote-se em pessoas para desenvolver esses projetos.

O terceiro é aumentar o número de mulheres em cargos eletivos, pois apesar de somarem mais de 50% do eleitorado, não ocupam nem 10% dos cargos eletivos.

Por último, regulamentar o artigo 14 da Constituição Federal, para que o eleitor tenha maior participação na política e não seja consultado apenas no dia da eleição.

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