O arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, é um dos novos 19 cardeais nomeados pelo Papa Francisco no início do ano.
Foto de: A12.com
"Será um importante momento para o início de uma nova
etapa, nova missão, mas também de compreender o serviço
e, unido aos irmãos no cardinalato, buscar em Deus a graça
para bem exercer este chamado da Igreja"
Aos 63 anos, o novo cardeal comanda a arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro desde abril de 2009 e começou a missão episcopal em 1997.
Com mais de 40 anos de vida religiosa, dom Orani tem uma forte atuação pastoral e já passou por várias funções dentro da Igreja, desde a ordenação como padre, no final de 1974.
O trabalho do prelado à frente do Comitê Organizador Local (COL) da Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio 2013) é lembrado até hoje e o encontro do Santo Padre com os jovens de todos os continentes deixou um grande legado para o Rio e o mundo.
Em entrevista exclusiva ao JS, dom Orani fala da sua nomeação como cardeal e das expectativas para exercer a missão designada pelo Santo Padre. “A missão exige uma sintonia perfeita com o Papa Francisco. Coloco-me como servo que deseja servir a Igreja com docilidade e responsabilidade”, diz.
No próximo dia 20 de fevereiro, ele e os outros 18 novos cardeais anunciados pelo Papa participarão de um retiro. Para dom Orani, o encontro será um importante momento para o início de uma nova etapa na Igreja. “Mas também de compreender o serviço e, unido aos irmãos no cardinalato, buscar em Deus a graça para bem exercer este chamado da Igreja”, completa.
Ele salienta que, a designação para o colégio cardinalício faz crescer a responsabilidade da missão já recebida, quer como ordenação presbiteral, quer como ordenação episcopal. “Estou à disposição para todos os pedidos do Papa Francisco”, salienta.
Confira a seguir a íntegra da entrevista.
Jornal Santuário de Aparecida – Como o senhor recebeu a notícia da nomeação para o cardinalato?
Dom Orani João Tempesta – Com surpresa. Agradeço ao Santo Padre pela escolha. Reconheço a responsabilidade para bem servir. Eu soube da escolha juntamente com todo o mundo. Havia acabado de celebrar, ao vivo pela televisão em rede nacional e, dentro da programação da Trezena de São Sebastião, estava me dirigindo para a Cruzada São Sebastião, meritória obra de moradia idealizada e realizada por dom Helder Câmara, quando, ainda em deslocamento, dentro do veículo, com o aplicativo para celular para seguir os atos do Papa, vejo a CTV, como faço sempre que posso. Estava assistindo ao Ângelusdiretamente de Roma quando fui surpreendido pelo anúncio do Santo Padre Francisco anunciando o arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro para o Colégio dos Cardeais.
JS – O Papa Francisco ressalta que o cardinalato não é uma promoção, honra ou condecoração, mas um serviço que exige ampliar o olhar e alargar o coração. Como o senhor pretende cumprir mais essa missão na sua vida episcopal?
Dom Orani – Uma vez feita a designação, cresce a responsabilidade da missão já recebida quer como ordenação presbiteral, quer como ordenação episcopal. A gente vai aos poucos tomando conhecimento, sabendo o que vai acontecendo. A gente se torna padre, mas vai aos poucos se apropriando disso. Temos muito trabalho no Rio. Estou à disposição para todos os pedidos do Papa Francisco. O trabalho na arquidiocese do Rio continua o mesmo, mas agora ampliado com as demandas do Papa para a Igreja do mundo inteiro.
JS – A repercussão da sua nomeação foi muito grande entre autoridades civis, religiosas e o povo de Deus. Como o senhor recebe essas demonstrações de carinho?
Dom Orani – Isso reflete o desejo que trago no meu lema episcopal: Que todos sejam um. Receber tal manifestação de carinho me deixa feliz e grato a Deus por esta missão. Aos poucos, estou respondendo a todos.
JS – O trabalho à frente do COL na JMJ foi bastante elogiado e a Jornada deixou um grande legado. Acredita que esse trabalho tenha pesado na decisão do Papa pela sua nomeação?
Dom Orani – Não saberia dizer as motivações. Trata-se de um ato livre do Santo Padre.
JS – O senhor e os outros 18 novos cardeais anunciados pelo Papa participarão de um retiro no próximo dia 20 de fevereiro. Quais as expectativas para esse encontro?
Dom Orani – Será um importante momento para o início de uma nova etapa, nova missão, mas também de compreender o serviço e, unido aos irmãos no cardinalato, buscar em Deus a graça para bem exercer este chamado da Igreja.
JS – O Papa Francisco tem dado lições de humildade e adotado linhas de ação que estão surpreendendo muita gente dentro da Igreja. Enquanto cardeal, de que modo o senhor espera colaborar com o pontificado de Francisco?
Dom Orani – A missão exige uma sintonia perfeita com o Papa Francisco. Na semana em que convivemos aqui no Rio de Janeiro eu tive a alegria de contemplar o homem de Deus que é o Papa, com a sua generosidade, acolhida às pessoas, sua simplicidade, seu verdadeiro espírito evangélico e sua espiritualidade profunda, que sempre acolhe a todos. Coloco-me como servo que deseja servir a Igreja com docilidade e responsabilidade.
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